Economia brasileira vai crescer menos com o tarifaço de Trump

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Vista de um dos portos dos Estados Unidos onde há greve dos estivadores/Arquivo
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Ele já havia imposto tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importado, que também atingem as exportações brasileiras

Por Misto Brasil – DF

Os EUA costumam acusar o Brasil de impor tarifas relativamente altas e outros tipos de barreiras a importações, particularmente nos setores de etanol, automotivo, químico e siderúrgico.  No entanto, a balança comercial entre as duas maiores economias da América é superavitária em favor dos americanos há 15 anos – ou seja, eles exportam mais do que importam.

Como o tarifaço de Trump foi calculado com base no déficit dos EUA com os outros países, o Brasil acabou alvo da tarifa mínima de 10%. O valor é bem inferior à taxa cobrada de pares como Japão (24%), Índia (26%) e China (34%). “Se colocarmos no relativo, o Brasil não ficou tão mal”, ressalta Ferraz.

Além das recíprocas, Trump já havia imposto, no mês passado, tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importado, que também atingem as exportações brasileiras. As repercussões econômicas ao país, porém, tendem a ser mais brandas, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.

“A economia brasileira vai crescer menos, terá um pouco mais de desemprego, mas a guerra tarifária não tem um impacto tão dramático assim no nosso cenário econômico”, diz.

De qualquer forma, o ambiente global mais adverso impõe pressão sobre economias emergentes, como é o caso do Brasil. Nos últimos dias, os mercados financeiros enfrentaram nervosismo em meio aos anúncios tarifários, o que derrubou bolsas de valores em todo o mundo.

O movimento reflete o temor de que uma piora no ambiente de negócios debilite a atividade econômica americana.

O banco de investimentos Goldman Sachs, inclusive, aumentou de 35% para 45% a chance de que os EUA entrem em uma recessão – geralmente caracterizada como um período de dois trimestres consecutivos de encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Impacto no bolso do consumidor

O Brasil escapou do pior cenário na guerra comercial deflagrada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após o governo americano aplicar a tarifa recíproca mínima de 10% sobre os produtos do país na semana passada.

O quadro coloca o mercado local em vantagem competitiva em relação aos principais concorrentes no sistema de comércio global, como a União Europeia (UE), alvo de uma sobretaxa de 20%.

Ainda assim, economistas esperam algum impacto no bolso do consumidor brasileiro, sobretudo se houver uma deterioração da economia mundial.

“Se houver uma queda brutal da demanda em função de recessão global, é possível que nenhum país saia ganhando, nem sobre o aspecto setorial”, alerta Lucas Ferraz, coordenador do Centro de Estudos de Negócios Globais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e secretário de comércio exterior entre 2019 e 2022.

Uma eventual retaliação do governo brasileiro e a instabilidade do dólar podem ainda encarecer produtos importados e impulsionar a inflação, que já está em alta. Por outro lado, em um horizonte de longo prazo, o fechamento do mercado americano deve redirecionar os fluxos comerciais para o Brasil. O resultado seria o aumento da oferta e a consequente queda dos preços.

“É um equilíbrio ainda muito difícil de se prever”, explica Ferraz. “Mas certamente é um cenário muito preocupante para a economia mundial”, reforça.

Acusações contra o Brasil

Os EUA costumam acusar o Brasil de impor tarifas relativamente altas e outros tipos de barreiras a importações, particularmente nos setores de etanol, automotivo, químico e siderúrgico.  No entanto, a balança comercial entre as duas maiores economias da América é superavitária em favor dos americanos há 15 anos – ou seja, eles exportam mais do que importam.

Como o tarifaço de Trump foi calculado com base no déficit dos EUA com os outros países, o Brasil acabou alvo da tarifa mínima de 10%. O valor é bem inferior à taxa cobrada de pares como Japão (24%), Índia (26%) e China (34%). “Se colocarmos no relativo, o Brasil não ficou tão mal”, ressalta Ferraz.

Além das recíprocas, Trump já havia imposto, no mês passado, tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importado, que também atingem as exportações brasileiras. As repercussões econômicas ao país, porém, tendem a ser mais brandas, afirma o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale.

“A economia brasileira vai crescer menos, terá um pouco mais de desemprego, mas a guerra tarifária não tem um impacto tão dramático assim no nosso cenário econômico”, diz.

De qualquer forma, o ambiente global mais adverso impõe pressão sobre economias emergentes, como é o caso do Brasil. Nos últimos dias, os mercados financeiros enfrentaram nervosismo em meio aos anúncios tarifários, o que derrubou bolsas de valores em todo o mundo.

O movimento reflete o temor de que uma piora no ambiente de negócios debilite a atividade econômica americana.

O banco de investimentos Goldman Sachs, inclusive, aumentou de 35% para 45% a chance de que os EUA entrem em uma recessão – geralmente caracterizada como um período de dois trimestres consecutivos de encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB). (Da Agência DW)

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