As pressões sobre o presidente dos EUA aumentaram de maneira exponencial, vindas inclusive de aliados
Por André César – SP
Após dobrar a aposta contra a China, ameaçar com uma taxa extra de 50% para Pequim e estabelecer prazo até o início da tarde de hoje para o país asiático reverter a retaliação aos Estados Unidos, o republicano Donald Trump poder ter definitivamente entrado em terreno politicamente perigoso para si mesmo. Até onde ele vai?
As pressões sobre o presidente dos EUA aumentaram de maneira exponencial, vindas inclusive de aliados. Um exemplo é o neoaliado Elon Musk que, segundo a imprensa local, estaria tentando convencer Trump a reverter as medidas implementadas.
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O bilionário, conselheiro do presidente, chegou a criticar os supostos responsáveis pelo plano tarifário. Cabe lembrar aqui que as empresas de Musk, como a Tesla, estão sofrendo um tombo pesado nos dias que correm. Seu bolso parece ter falado mais alto.
A segunda-feira (07), foi carregada de simbolismo. Enquanto Trump engrossava o discurso e recebia na Casa Branca o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, as bolsas de todo mundo simplesmente derretiam.
Índices negativos recordes em diversos países. Ninguém escapou.
De seu lado a China mostra estar pronta e disposta a não recuar da guerra comercial, tornando o ambiente ainda mais incerto – e absolutamente pantanoso, diga-se.
É necessário reforçar já as ações no campo diplomático, sob o risco de se perder o controle em definitivo. O mundo parece caminhar como uma jamanta sem freios.
A boa notícia de agora (se é que se pode falar em boas notícias na atualidade) é que as bolsas asiáticas fecharam em alta nessa terça-feira (08). No Japão, por exemplo, o índice Nikkei praticamente devolveu as perdas do dia anterior. Um alento, sem dúvida, mas isso se sustentará ao longo do tempo?
Enfim, Donald Trump entra mais e mais em um campo de alto risco e, no limite, pode sofrer pesadas consequências. Recentes manifestações contra seu governo foram registradas em diversas cidades norte-americanas, o que mostra que ele está muito longe de ser uma unanimidade. Ao contrário, mesmo entre republicanos já se notam sinais de insatisfação.
Afinal, quais os limites para Trump? O tempo responderá em breve.