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Embora os resultados sejam empolgantes, os autores do estudo alertam que ainda não é possível confirmar a presença de vida
Por Misto Brasil – DF
Os pesquisadores identificaram possíveis bioassinaturas na atmosfera de um exoplaneta, sugerindo a existência de processos biológicos fora do Sistema Solar.
A descoberta, considerada a mais promissora até agora na busca por vida além da Terra, foi feita com auxílio do telescópio espacial James Webb.
O estudo foi publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters e revelou que foram observados vestígios de dois gases — dimetil sulfeto (DMS) e dissulfeto de dimetila (DMDS) — em um planeta que orbita uma estrela anã vermelha a cerca de 124 anos-luz da Terra, na constelação de Leão. Na Terra, essas substâncias são produzidas exclusivamente por organismos vivos, como o fitoplâncton.
Embora os resultados sejam empolgantes, os autores do estudo alertam que ainda não é possível confirmar a presença de vida. Os dados indicam um possível processo biológico, mas novas observações serão necessárias para descartar outras explicações.
O planeta é classificado como um “mundo hycean” — categoria hipotética de planetas cobertos por oceanos e com atmosfera rica em hidrogênio, condições que poderiam abrigar microrganismos.
Além disso, é quase nove vezes mais massivo que a Terra e está localizado na chamada “zona habitável”, onde apresença de água líquida é possível.
Segundo o astrofísico Nikku Madhusudhan, da Universidade de Cambridge, essa descoberta marca um avanço importante na astrobiologia: “Mostramos que já é possível detectar sinais de vida com as ferramentas atuais”, declarou à Reuters nesta quarta-feira (16).
Ainda assim, o especialista reforça que, se houver vida no planeta, o mais provável é que seja microbiana e simples.