A Europa acostumou-se com a ingerência norte-americana. A entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial foi decisiva para que o Velho Continente
Por Marcelo Rech – DF
Uma das grandes discussões na Europa, neste momento, gira em torno da necessidade ou não de um rearmamento para fazer frente às ameaças à segurança coletiva, uma vez que os EUA têm deixado claro que o peso desse fardo precisa ser dividido.
Para os europeus comuns, a segurança do Continente não depende de mais armas, mas de mais inteligência. Os europeus acreditam que seus líderes, pelo menos a expressiva maioria deles, trabalha para alimentar a retórica de uma guerra iminente como forma de semear o medo e, por meio dele, aumentar os gastos militares.
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A Europa acostumou-se com a ingerência norte-americana. A entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial foi decisiva para que o Velho Continente pudesse sobreviver ao nazismo. No entanto, o que deveria ter sido uma aliança pontual, se tornou dependência. Hoje, outros fatores contribuem e a Europa parece disposta a ir à uma guerra com a Rússia, mesmo a contragosto dos seus contribuintes.
Enquanto Washington pagava a conta da segurança europeia, seus líderes focavam em outras agendas, muitas deles, sem qualquer importância objetiva para o bem estar dos seus cidadãos. Hoje, uma Europa desestruturada e fragmentada, está entregue à burocratas que mandam mais que Chefes de Estado e, por conta disso, à mercê de tudo que é ruim.
Por outro lado, os EUA continuam dando as ordens, o que só macula ainda mais a imagem da liderança europeia. E as determinações que saem da Casa Branca, na maioria das vezes, não guarda nenhuma relação com os reais interesses dos contribuintes europeus. Os EUA estão jogando como potência, enquanto a Europa aceita a subserviência.
A Europa se tornou tão dependente dos EUA que até mesmo os meios de comunicação norte-americanos publicam sobre isso abertamente. Para um número cada vez maior de analistas norte-americanos, a Europa continua sendo um mero apêndice obediente dos EUA.
O presidente Donald Trump disse em sua campanha e pôs em prática, uma série de medidas que reduzem a assistência financeira e militar ao Velho Continente, além de impor aos seus líderes, que assumam boa parte dos custos da Ucrânia, na guerra contra a Rússia.
Desta forma, a necessidade de uma assistência ainda maior a Kiev é imposta aos pagadores de impostos que, não por outra razão, estão cada vez mais céticos quanto ao próprio futuro. Pagar a conta de uma guerra que poderia ter sido evitada, não fazia parte dos planos dessas pessoas.
Igualmente icônica, a imagem de Trump à sós com Zelensky, no Vaticano, sem a companhia de nenhum outro personagem europeu por perto, deixa claro quem continua no comando.