O encontro funciona como uma reunião preparatória para a cúpula do Brics que acontecerá em julho na capital carioca
Por Misto Brasil – DF
A reunião dos ministros das Relações Exteriores do Brics terminou ontem (29) no Rio de Janeiro sem a publicação de uma declaração conjunta do grupo. Segundo o chanceler brasileiro Mauro Vieira, porém, os 11 membros do bloco e os demais convidados concordaram em se opor à guerra tarifária global e ao “ressurgimento do protecionismo comercial”.
O encontro funciona como uma reunião preparatória para a cúpula do Brics que acontecerá em julho na cidade. As discussões se concentraram em formas coordenadas de combater a política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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“Eu gostaria de destacar o firme rechaço de todos à ressurgência do protecionismo comercial […]. A reforma da OMC [Organização Mundial do Comércio] e a plena retomada de seu órgão de solução de controvérsias são essenciais na visão de todos”, disse Vieira.
O ministro também afirmou que houve consenso contra o uso de medidas não tarifárias sob pretextos ambientais. O Brasil é um dos países que rechaçam a Lei Antidesmatamento europeia, que afeta a produção de carne brasileira, informou a Agência DW.
O documento final do encontro no Rio de Janeiro foi assinado apenas pela presidência brasileira do Brics, como forma de dar mais peso à Cúpula de Líderes de julho, disse o ministro. Ele reforçou que houve “compromissos e acordos” com os demais ministros.
O Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e seu par russo, Sergei Lavrov, estavam entre os principais diplomatas do grupo de 11 países que participaram dos dois dias de diálogos. A Indonésia participou pela primeira vez de uma reunião como membro efetivo.
O Brics, fundado em 2009 inicialmente por Brasil, Rússia, Índia e China, representa quase metade da população mundial e 39% do PIB global.