A líder da oposição peronista será detida nos próximos dias. Devido à sua idade avançada (72 anos), espera-se que ela evite a prisão
Por Misto Brasil – DF
A Suprema Corte da Argentina encerrou a carreira política de Cristina Kirchner, publicou a reportagem do El País.
Nesta terça-feira (10), a mais alta corte confirmou a pena de seis anos de prisão e a proibição perpétua de exercer cargos públicos impostas por tribunais inferiores contra a ex-presidente por corrupção.
A decisão impede Kirchner de concorrer a deputada federal pela província de Buenos Aires nas eleições de 7 de outubro, como ela havia anunciado, e desestabiliza a campanha eleitoral.
A líder da oposição peronista será detida nos próximos dias. Devido à sua idade avançada (72 anos), espera-se que ela evite a prisão e cumpra sua pena em prisão domiciliar.
A condenação de Kirchner no chamado caso Vialidad remonta à sua gestão como presidente da Argentina, entre 2007 e 2015.
O tribunal a considerou culpada de prejudicar o Estado argentino ao adjudicar irregularmente 50 projetos de obras públicas a um amigo empresário, Lázaro Báez, na província patagônica de Santa Cruz, berço do kirchnerismo.
Segundo os tribunais, Báez retribuiu “lucros obtidos indevidamente” por meio de negócios espúrios com “empresas familiares do ex-presidente”.
Os três juízes do Tribunal optaram por rejeitar todos os recursos interpostos, mantendo assim a decisão do Tribunal de Apelações. Foi uma decisão unânime que violou uma regra não escrita do Supremo Tribunal, que é evitar decisões de alto impacto durante processos eleitorais.
O prazo foi acelerado após o anúncio da candidatura de Kirchner a deputada provincial. Se ela tivesse conseguido concorrer, as urnas lhe garantiriam uma cadeira que a teria protegido da prisão, garantindo-lhe imunidade.
A ex-presidente tem cinco dias úteis, encerrando-se na próxima quarta-feira, para comparecer perante o Segundo Tribunal Federal de Odontologia e ser detida. Ela precisa fixar domicílio para cumprir a pena.