Temos um problema grande: a economia não deve parar de crescer acima do que se esperava e o Banco Central não quer que ela cresça
Por Genésio Araújo Júnior – DF
Nessa véspera do Corpus Christi, o Copom do Banco Central surpreendeu ao aumentar a taxa Selic para 15%, o chamado juro oficial.
O mercado dava conta que não deveria ter mais elevações, mas o que vimos foi a sétima evolução seguida. Não se esqueça, sete é a conta do mentiroso.
Os governistas acharam ruim, mas gente insuspeita, como o experiente ex-tucano Luiz Carlos Hauly e Mauro Benevides Filho, coordenador econômico do crítico petista Ciro Gomes, acham um erro tanto o juro.
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Leia: fim do ciclo dos juros da Selic fica em 15%. Veja a repercussão
Temos um problema grande: a economia não deve parar de crescer acima do que se esperava, e o Banco Central não quer que ela cresça.
A meta máxima da inflação para este ano é de 4,5%, mas o mercado estima que o IPCA vai ficar em 5,5%.
O Banco Central diz que o governo dá crédito fajuto, isso está errado.
Mas o que fazer se o agro cresce 16% num trimestre e quem ganha com isso vai às compras? O que fazer se os prefeitos pegam a grana extra dada pelos congressistas e vão gastar.
Longe de mim dizer que o Banco Central está errado, até porque temos um governo gastador, um congresso gastador e um judiciário dos grandes salários. Vivemos um dilema daqueles.
Precisamos fechar a boca para a inflação baixar, mas precisamos comer.