Observação foi feita por conta das graves alterações climáticas que estão acontecendo no mundo
Enquanto Europa enfrenta uma forte onda de calor, com mais de mil mortes em poucos dias, e incêndios florestais se alastram pelos continentes europeu e americano, o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou nesta segunda-feira (18) que a humanidade está à beira de um “suicídio coletivo”.
“Metade da humanidade está na zona de perigo, de inundações, secas, tempestades extremas e incêndios florestais. Nenhuma nação está imune. No entanto continuamos alimentando nosso vício de combustíveis fósseis“, afirmou a autoridades de 40 países, reunidas em Berlim para o Diálogo Climático de Petersberg.
“Nós temos uma escolha: ação coletiva ou suicídio coletivo. Está em nossas mãos”, acrescentou, afirmando que os países continuam “jogando o jogo da culpa em vez de assumir a responsabilidade por nosso futuro coletivo”.
No evento em Berlim, autoridades de todo o mundo vão discutir durante dois dias o clima extremo, bem como o aumento do uso de combustíveis fósseis, o alto preço dos alimentos e os impactos da crise climática.
A reunião, convocada anualmente há 13 anos pelo governo alemão, é vista como uma das últimas oportunidades para chegar a um acordo entre os principais países antes da COP27, em novembro no Egito, depois que negociações técnicas em junho tiveram pouco progresso em questões-chave, como ajuda climática para países em desenvolvimento.
Segundo Guterres, o limite de aquecimento global de 1,5°C estabelecido no acordo climático de Paris, em 2015, está ficando cada vez mais fora de alcance, mesmo com mais seres humanos sendo atingidos por enchentes extremas, secas, tempestades e incêndios florestais.
Em sua fala, feita por videoconferência, Guterres também criticou duramente os “bancos multilaterais de desenvolvimento“, instituições como o Banco Mundial, que são financiados pelos contribuintes do mundo rico para prestar assistência aos países pobres.
Alemanha tem prejuízos anuais de 6,6 bilhões de euros
As mudanças climáticas custaram à Alemanha uma média de 6,6 bilhões de euros por ano desde 2000, segundo estudo encomendado pelo Ministério de Economia e Proteção Climática e divulgado hoje. No total, estima-se que o calor, a seca e as inundações causadas pela crise climática tenham custado pelo menos 145 bilhões de euros até 2021.
O estudo foi divulgado durante o Diálogo Climático de Petersberg, em Berlim, evento em que altos funcionários de 40 países discutem o impacto das mudanças climáticas e esperam avançar em alguns pontos antes da cúpula climática da ONU deste ano (COP27), em novembro, no Egito.
Para a ministra alemã do Meio Ambiente, Steffi Lemke, os “dados científicos terríveis” ilustram os “enormes danos e custos” da crise climática. “Os números soam o alarme para mais prevenção quando se trata do clima.”
Somente os verões de 2018 e 2019, com temperaturas extremas, e as enchentes de 2021 teriam custado mais de 80 bilhões de euros.