O presidente Michel Temer enfrenta agora mais um desafio: o de se defender das acusações do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, operador confesso do PMDB. Em depoimento prestado anteontem à Polícia Federal, em Brasília, o doleiro reconheceu ter operado caixa dois e citou o Temer, que nega as acusações.
Funaro negou que ele ou seus familiares tenham recebido recursos da J&F, holding que controla a JBS, para se manter calado. Não há informações de que o acordo tenha sido fechado.
Segundo uma pessoa com acesso ao interrogatório, o doleiro sustentou que Temer, que presidiu o partido de 2001 a 2016, tinha conhecimento de detalhes do financiamento da legenda, segundo publicou O Globo e a Veja.
Ao longo de quatro horas, o doleiro falou também sobre como funcionavam nomeações a cargos públicos articuladas pelo PMDB e associadas a desvios de recursos.
Apontado como aliado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em esquemas de corrupção, Funaro está preso há quase um ano.