Marinha começa a construir, a partir desta quarta-feira, o primeiro submarino nuclear

Submarino clear brasileiro desenho Marinha do Brasil Misto Brasília
Desenho de como será o primeiro submarino nuclear brasileiro/Divulgação/Marinha
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O programa nuclear começou em 1979. A nave será construída no Complexo Naval de Itaguaí. A entrega está prevista para 2029

Por Misto Brasília – DF

A Marinha do Brasil começa a construir a partir desta quarta-feira (04), o primeiro submarino nuclear brasileiro. O ato terá o corte simbólico da primeira chapa da Seção de Qualificação da nave com propulsão nuclear.

O evento será realizado no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro, que será responsável pela construção do submarino há muito tempo planejado pela Marinha.

A entrega do submarino nuclear está atualmente prevista para 2029, mas não é improvável que se estenda para a próxima década. Se o prazo for cumprido, o Brasil terá sua embarcação do tipo após uma longa saga de 50 anos desde o início do projeto.

A etapa que começa nesta semana é responsável por garantir que engenheiros, técnicos e operários possam realizar suas atividades em fase de testes.

Assim, todos os processos atendem às especificações e possuem o nível de qualidade “necessário para a homologação e autorização para o início da construção do casco do SCPN”, de acordo com a assessoria da Armada.

Para viabilizar a obtenção do primeiro SCPN brasileiro é necessário que o estaleiro responsável demonstre capacidade de atender aos requisitos necessários para sua construção.

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) faz parte de um amplo programa estratégico do Estado brasileiro. Ele contempla a construção de uma infraestrutura industrial e de apoio à operação e manutenção de submarinos.

Em Itaguaí serão construídos também quatro submarinos convencionais de propulsão diesel- elétrica. Estima-se a geração de 24 mil empregos diretos e de 40 mil indiretos, além de possibilitar o intercâmbio com mais de 18 universidades e instituições de pesquisa, de acordo com a Marinha.

O que é o programa dos submarinos

O Prosub tem um orçamento atualizado de R$ 40 bilhões e é um dos maiores projetos de Defesa do Brasil.

No ano passado, foram pagos R$ 1,4 bilhão ao Prosub. Para este ano, há gastos de R$ 1,2 bilhão planejados para a rubrica, segundo levantamento do jornal Valor Econômico.

Em março, o presidente Lula da Silva (PT) visitou o Complexo Naval de Itaguaí, na região metropolitana do Rio, onde estão sendo construídos os novos submarinos brasileiros que serão operados pela Marinha.

A estatal Nuclep, criada para atender o Programa Nuclear Brasileiro e integrante do Prosub, começou a construir em 2021 um protótipo em tamanho real do submarino a propulsão nuclear.

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) foi criado em 2008, durante o segundo mandato de Lula, por meio de uma parceria com a França que envolve transferência de tecnologia.

Ele prevê a construção de quatro submarinos convencionais a propulsão diesel-elétrica, baseados no modelo francês Scorpène, e um a propulsão nuclear.

O primeiro submarino convencional do Prosub, batizado Riachuelo, foi entregue em setembro de 2022, com cinco anos de atraso. O segundo, Humaitá, está no mar realizando testes e deve ser entregue à Marinha no segundo semestre deste ano. Os outros dois devem ser repassados até 2025.

O presidente defendeu os investimentos em Defesa como parte do desenvolvimento econômico, a exemplo do que ocorre em outros países, anotou a Agência DW.

“Quando enxerguei a necessidade de desenvolver uma indústria de Defesa no Brasil, é porque em todos os países do mundo a indústria de Defesa contribui com a economia como um todo, além de preparar, de forma mais sofisticada, com muito conhecimento científico e tecnológico, as nossas Forças Armadas, e o próprio país”, afirmou.

Uma indústria de Defesa forte, segundo Lula, deve contribuir para uma melhor articulação das Forças Armadas, que, “quanto mais preparada estiver, mais cuidará da soberania nacional, das fronteiras, do espaço aéreo, das florestas, das riquezas minerais, do solo, do subsolo, ou seja, é isso que o país precisa”, destacou.

 

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