O presidente dos Estados Unidos fez um raro discurso televisivo no Salão Oval, mas não explicou porque desistiu da reeleição
Por Misto Brasil – DF
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que encerrou sua tentativa de reeleição para unir seu partido e seu país – “Há um tempo e um lugar para novas vozes, vozes frescas e sim, vozes mais jovens”.
Em um raro discurso televisionado do Salão Oval, ele diz que é hora de “passar a tocha para uma nova geração“, acrescentando que “ambição pessoal” não pode atrapalhar “a salvação da nossa democracia”.
Biden se afastou como candidato democrata para a eleição de novembro e apoiou sua vice-presidente Kamala Harris no domingo, após semanas de pressão de seu próprio partido após seu desastroso debate contra Donald Trump em junho.
A referência de Biden ao seu apoio à vice-presidente Kamala Harris veio rapidamente, perto do final de seu discurso.
“Quero agradecer à nossa grande vice-presidente, Kamala Harris”, disse ele.
“Ela é experiente. Ela é forte. Ela é capaz. Ela tem sido uma parceira incrível para mim e uma líder para o nosso país.”
“Candidatei-me à presidência há quatro anos porque acredito, e ainda acredito, que a alma da América estava em jogo”, continua Biden.
Ele diz: “Esse ainda é o caso.”
“A América é uma ideia, uma ideia mais forte que qualquer exército, maior que qualquer oceano, mais poderosa que qualquer ditador ou tirano. A ideia mais poderosa da história do mundo”.
“Estávamos sob o domínio da pior pandemia do século, da pior crise econômica desde a Grande Depressão e do pior ataque à nossa democracia desde a guerra civil”, diz ele.
“Mas nos unimos como americanos”, ele acrescenta. “Nós superamos isso.”
Biden diz que os EUA se tornarão mais fortes e prósperos, com uma economia forte.
“Estamos literalmente reconstruindo toda a nossa nação”, diz ele.
A análise da fala do presidente dos EUA
O correspondente da BBC América do Norte, Anthony Zurcher, escreveu que Joe Biden, em seu discurso no Salão Oval, disse que prometeu que sempre seria honesto com o povo americano.
Mas ele não fez exatamente isso. Ele não se aprofundou no porquê de ter tomado essa decisão tão recentemente – apenas três meses antes da eleição presidencial.
Ler entre essas linhas expõe a realidade fria e dura de que ele renunciou porque estava ficando cada vez mais claro que ele iria perder. Perdendo nas pesquisas, envergonhado por um desempenho miserável no debate e com um coro crescente no partido Democrata pedindo que ele se afastasse, não havia um caminho claro para a vitória.
Seu discurso não silenciará os críticos republicanos que alegaram que se ele não está apto a concorrer à reeleição, então ele não está apto a continuar a servir no cargo. Ele também fez elogios mínimos à sua vice-presidente, Kamala Harris, a quem chamou de “experiente, resistente, capaz” e uma “parceira incrível”.
Ele disse que agora cabe ao povo americano determinar o futuro do país. Também não foi dito que caberá a Harris fazer seu próprio caso para eleição.
Enquanto isso, Donald Trump realizou seu primeiro comício desde que Biden desistiu e disse aos apoiadores que o presidente renunciou “porque estava perdendo” nas pesquisas.