O governo é um exemplo do velho ditado de que em casa de ferreiro, espeto de pau. Relatório do próprio governo, no caso o Ministério da Fazenda, confirma o que as entidades tem afirmado com insistência. Não há nexo em apertar o trabalhador na reforma da Previdência e facilitar a vida daqueles que não pagam impostos.
Segundo o levantamento, o déficit da Previdência Social seria 40% menor sem as renúncias fiscais. De acordo com o relatório Aspectos Fiscais da Seguridade Social no Brasil, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deixou de arrecadar R$ 57,7 bilhões em 2016 com as isenções e as desonerações na contribuição patronal para a Previdência. Sem os benefícios, a Previdência Social teria fechado o ano passado com déficit de R$ 80,4 bilhões, em vez de resultado negativo de R$ 138,1 bilhões.
Ocorre que a Previdência Social não tem déficit. O governo joga todas as contas nessa rubrica e, assim não há arrecadação de pague. A CPI da Previdência comprovou que não há déficit e a própria base do governo votou no relatório.