Aumenta a pobreza no Brasil e nos Estados Unidos

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Dois estudos divulgados nesta sexta-feira expõem a dimensão da pobreza tanto no Brasil quanto nos EUA. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que um quarto da população brasileira viveu abaixo da linha de pobreza no ano passado. A linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial é de 5,5 dólares diários e 25,4% da população brasileira teve uma renda diária abaixo desse valor.

Nos Estados Unidos, a ONU divulgou também na sexta-feira que cerca de 14% dos americanos vivem na linha de pobreza, sendo metade deles considerados “profundamente pobres” e sem nenhuma perspectiva de sair dessa situação, afirmou Philip Alston, relator especial sobre pobreza extrema e direitos humanos das Nações Unidas.

Pobres no Brasil – De acordo com o IBGE, cerca de 50 milhões de brasileiros vivem na linha de pobreza e têm renda familiar equivalente a 387,07 reais. O estudo indica ainda que o maior índice de pobreza se dá na Região Nordeste, onde 43,5% da população se enquadra nessa situação. O menor índice está na Região Sul: 12,3%.

Segundo a pesquisa de indicadores sociais do IBGE, o Brasil é um país profundamente desigual e essa desigualdade se dá em todos os níveis. “A situação é mais grave entre os 7,4 milhões de moradores de domicílios onde vivem mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos. Desses, 64% estavam abaixo dessa faixa de renda”, informou. 

A desigualdade de renda no país continua intrinsecamente ligada à questão da raça visto que o estudo indicou que entre os 10% da população com os menores rendimentos, 78,5% eram pretos ou mulatos. Já entre os 10% mais ricos, os pretos ou mulatos representavam apenas 24,8%.

Situação nos EUA – Durante coletiva de imprensa em Washington, o especialista da ONU Philip Alston criticou os níveis alarmantes de pobreza nos EUA, afirmando que a situação deverá piorar sob o governo do presidente Donald Trump.

Suas críticas vieram depois que ele fez um tour recentemente pelo país, visitando de acampamentos de sem-terra na Califórnia a pequenas cidades no sul dos EUA, como também a ilha de Porto Rico devastada por furacões.

Alston disse que, enquanto as estatísticas mostram que 14% dos americanos vivem na linha de pobreza, o número de pessoas que viveriam precariamente na fronteira dessa linha seria tão grande que 20% seria uma cifra mais realista.

O relatou da ONU apontou que a pobreza extrema e a desigualdade nos EUA resultam de políticas acumulados ao longo de muitos anos, mas deverão piorar com as propostas apoiadas pela administração Trump com vista à reforma fiscal e ao corte de programas de bem-estar social e cuidados de saúde. (Da DW)

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