A polêmica dos patinetes elétricos

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Em entrevista publicada pelo jornal francês Le Parisien a ministra dos Transportes francesa, Elisabeth Borne, defendeu que a evolução da circulação de patinetes elétricos, que invadiram as ruas das grandes cidades francesas nos últimos meses, foi muito rápida e anárquica.

O desenvolvimento “se fez muito rapidamente e um pouco anarquicamente”, e “tornou-se a lei da selva”, disse a ministra francesa na entrevista ao jornal Le Parisien.

Para que “os pedestres não precisem mais raspar os muros”, a ministra informou que, a partir de setembro próximo, uma bateria de regras regulará a circulação dos chamados “dispositivos motorizados de movimentação pessoal” (EDPM, sigla em francês), como patinetes e monociclos elétricos, segways ou hoverboards.

Com as novas regras, os utilizadores desses veículos alternativos deverão circular nas cidades nas ciclovias ou nas estradas, enquanto nas calçadas o veículo deve ser levado à mão com o motor desligado.

O uso do patinete elétrico no Brasil também está se tornando um problema. Em Belo Horizonte, por exemplo, o número de pessoas que estão dando entrada nos hospitais com traumatismo craniano aumento. Na cidade do Rio de Janeiro, uma das concessionárias registrou aumento de 1268% no número de seus usuários de dezembro a abril. Em São Paulo, até a Guarda Civil Metropolitana (GCM) passou a usar os patinetes em suas rondas.

Em Brasília, os patinetes também caíram nas graças e passaram a dividir espaço com pedestres e outros veículos do Plano Piloto e ou de Águas Claras, por exemplo.

A legislação que estabelece as regras de utilização de patinetes elétricos no Brasil foi regulamentada em 2013, pelo Conselho Nacional de Trânsito. O regimento, contudo, não é restrito ao modal: abrange todos os tipos de veículos ciclomotores e ciclo-elétricos. 

Nesta terça-feira (07) está previsto um encontro entre Detrans de todas as regiões do país e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em que uma das pautas a serem discutidas será a implementação de um regulamento específico para a circulação dos patinetes.

A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) do DF informou em nota que está elaborando um projeto de lei para definir a política de mobilidade urbana cicloviária para incentivo ao uso de bicicletas e patinetes no DF. 

“O serviço ainda não é regulamentado no Distrito Federal. Dessa forma, o governo não tem o número de patinetes disponíveis na cidade, nem a sua localização, nem o número de viagens realizadas. A intenção é que, com o projeto de lei, o Estado tenha o controle de dados dos equipamentos”, detalha a pasta.

Um grande negócio – A utilização dos patinetes elétricos em larga escala criaram nichos de mercados que se expandem em todo o mundo. Pioneira do mercado de patinetes elétricos, a Bird anunciou a incorporação de serviço de aluguéis mensais. De acordo com o site The Verge, por US$ 25 mensais será possível receber o patinete em casa e o utilizar ilimitadamente durante todo o mês.

A nova possibilidade estará disponível em Barcelona e em São Francisco. O serviço inclui ainda a retirada do patinete pela empresa após o fim do aluguel. A expectativa, caso a iniciativa tenha sucesso, é implementar o serviço nas demais cidades em que a empresa está presente.

Um levantamento feito pelo G1 em março passado, mostrou que ao menos dez capitais já contam com o serviço de compartilhamento desses veículos. Estas são as cidades: Recife, Brasília, Goiânia, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Curitiba, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre. E já estão em outras cidades como São José dos Campos, Santos e Campinas.

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