Texto e fotos de Paloma Cristina e Leticia Teixeira
A prostituição é uma das poucas formas de renda que travestis encontram para sobreviver. No Distrito Federal, um dos locais em que ocorre é no entorno da distribuidora da Coca-Cola, em Taguatinga Sul, onde mulheres, travestis e transexuais convivem em um ambiente de tensões.
O meio em que trabalham é hostil e sujo. Andam e param em meio a gatos de rua e lixo das fábricas e motéis que ocupam a região e vivenciam a violência que faz parte do cotidiano de trabalho. Qual a resposta para aceitarem essas condições? O montante que pode chegar a ganhar em apenas um dia de prostituição.
O programa custa em média R$ 100 e a quantidade de cliente varia de quatro e 10 em apenas um dia. No fim do mês, algumas chegam a acumular R$ 10 mil, salário bem acima da média do Distrito Federal, que é R$ 2.529, de acordo com a 58ª Pesquisa Salarial da Catho, empresa de classificados de empregos.
Os clientes no período do dia são homens casados que trabalham pela região. Mas ao anoitecer, o perfil muda e o lugar fica mais perigoso, o que cria um paradoxo, as pessoas do dia não continuam para o turno da noite e vice versa. Isso porque afirmam se sentir inseguras com as pessoas que as abordam. Com todo esse dilema, é necessário coragem e disposição para enfrentar esses desafios todos os dias. Nathi, Milena, Natasha e Camila são fragmentos da prostituição que existe na região comumente conhecida apenas como Coca-Cola.
(Autores das reportagens especiais Alan Marques (professor) e os alunos do UniCeub Isabella Alvarenga, Rafaela Moreira, Paloma Cristina, Letícia Teixeira, Luiz Fernando Santos, Mateus Arantes, Renato Queiroz, Ana Luisa França, Beatriz Artigas, Luisa Barmeli, Adna Evelin, Julianne Belo Gabriela Arruda, João Paulo Brito e Sara Meneses)