A esquerda que virou dinastia na Nicarágua

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A Nicarágua já sofreu entre 1979 e 1990 uma terrível guerra de guerrilha que levou ao poder a esquerda sandinista, capitaneada por Daniel Ortega, mais tarde presidente do país do país da América Central.

A vitória da Frente Sandinista de Libertação Nacional contra as forças do ditador Anastasio Somoza Debayle custou a vida de milhares nicaraguenses. Surgia a esperança de uma democracia anti-imperialista, mas o sonho virou pesadelo 26 anos depois.

Ortega parece ter o mesmo defeito de Somoza e vai pelo caminho do populismo barato. Ele indicou a mulher Rosario Murillo para concorrer à vice-presidência na chapa que é encabeçada por ele mesmo. As eleições acontecem em novembro próximo.

O El Pais observa que dessa forma, Ortega deixa para trás vários meses de incertezas e institui um modelo de governo em que todo o poder passa para as mãos de sua família, aplainando o caminho para uma nova dinastia.

Segundo a Constituição, no caso da ausência do presidente, quem assume o governo é o seu vice –no caso, Rosario Murillo.

A Frente Sandinista é o único partido importante a participar daquilo que a oposição tem classificado como uma “farsa”.

Ortega, que controla o Tribunal Eleitoral e a Corte Suprema, conseguiu afastar a oposição da disputa, ao lhe extirpar uma alternativa eleitoral, a do Partido Liberal Independente (PLI), cuja representação legal foi retirada do oposicionista Eduardo Montealegre.

 

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