O Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Refeições Coletivas, Refeições Convênio, Refeições a Bordo de Aeronaves de Brasília (Sinter-DF) informou esta tarde que a greve dos funcionários terceirizados continua nos seis hospitais do DF. O serviço nas cozinhas e copas estão funcionando parcialmente, com manifestações pontuais nas entradas das unidades hospitalares.
A novidade no segundo dia da paralisação é uma carta encaminhada pelo diretor geral da Sanoli – Indústria e Comércio de Alimentação, Pedro Mattos, ao secretário da Saúde, Osnei Okumoto. A empresa mantém o contrato com Secretaria, mas informa que há uma dívida de R$ 62,4 milhões pendentes desde 2014. A SES informou ontem que os repasses à empresa estão em dia. Os trabalhadores estão parados nos hospitais do Gama, Guará, Ceilândia, Asa Sul, Asa Norte e de samambaia.
Na carta, o executivo da Sanoli afirma que “sem o imediato recebimento, da integralidade dos valores devidos, enfrentaríamos esse risco de suspensão do fornecimento”. E que “os valores pagos não são suficientes para recompor o crédito, nem o capital de giro mínimo para a manutenção de uma operação da magnitude, da que está sob nossa gestão”.
Veja a carta da Sanoli
Exmo. Senhor. Dr. Osnei Okumoto. Secretário de Estado de Saúde do Distrito Federal. Senhor Secretário,
Conforme temos reiteradamente informado V. Exa. através de inúmeras correspondências, sendo a última, a CT DIR 264/2020, estamos enfrentando uma paralisação quase que total de nossos colaboradores, amparada pelo Sindicato laboral – SINTERC/DF, visando a interrupção de suas atividades, sem que tenhamos controle sobre essas paralisações. Nem mesmo os 30% de pessoal está sendo mantido, comprometendo de forma inadministrável o fornecimento de alimentação a servidores, acompanhantes e até mesmo pacientes. Considerando a existência de Dívidas de Exercícios Anteriores em aberto, algumas desde 2014, permanece devido o expressivo valor de R$ 62.490.000,00 (Anexo I), pendente de pagamento por parte da SES/DF, o que vem há tempos inviabilizando o nosso fluxo de caixa. Informamos essa Secretaria no dia 15/01 que, sem o imediato recebimento, da integralidade dos valores devidos, enfrentaríamos esse risco de suspensão do fornecimento. E continuaremos a enfrentar essa mesma situação, semanalmente, uma vez que os valores pagos não são suficientes para recompor o crédito, nem o capital de giro mínimo para a manutenção de uma operação da magnitude, da que está sob nossa gestão.
Reiteramos que, na tentativa de preservar, pelo maior tempo possível, a alimentação servida aos pacientes e ante a falta de colaboradores para sequer garantir a alimentação dos pacientes, nos vemos obrigados a tomar medidas de urgência e cautela, o que implica em suspender, o fornecimento aos servidores e acompanhantes, a partir do almoço de hoje, dia 16/01/2020, na tentativa de preservar o atendimento exclusivo aos pacientes. Continuamos a negociar com o Sindicato para que seja mantido o quadro mínimo necessário para a preparação e distribuição das refeições aos pacientes, mesmo sem ter nenhuma garantia do mesmo. Ante ao agravamento da situação e o já alertado risco de óbitos inaceitáveis, em que pesem todos os esforços e medidas por nós adotados, tem a presente, a finalidade de prevenindo direitos e resguardarresponsabilidades, reiterar à Vossa Exa., que, imediatamente, realize o pagamento dos valores devidos, sem os quais continuaremos sob um risco de perdas de vidas.
Atenciosamente, Sanoli – Ind. e Com. de Alimentação Ltda.
Pedro Mattos Diretor Geral
