O general Braga Netto, 62 anos, é o atual chefe do Estado-Maior do Exército e vai comandar a partir de terça-feira (18) o Ministério da Casa Civil. Antes comandante Militar do Leste, ele foi alçado ao cargo após comandar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro por dez meses em 2018, durante o mandato do ex-presidente Michel Temer. Também foi um dos responsáveis pela segurança durante os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
Com a chegada de Braga Netto ao governo, confirma-se o terceiro ministro militar na alta cúpula do Planalto, ao lado dos generais Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Luiz Eduardo Ramos, que comanda a Secretaria de Governo.
No primeiro escalão, outros nomes completam a lista de militares: o vice-presidente Hamilton Mourão e os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia), Fernando Azevedo (Defesa), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União, CGU).
A Casa Civil é uma das pastas mais importantes, responsável por tratar das ações gerenciais do dia a dia do governo. O último militar a comandar o ministério foi Golbery do Couto e Silva, nos governos de Ernesto Geisel (1974-1979) e João Figueiredo (1979-1985), durante a ditadura militar.
A pasta da Cidadania, que será ocupada pelo deputado licenciado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), é encarregada da área social do governo. O ministério gerencia programas como o Bolsa Família e tem sob seu leque a Secretaria Especial de Esporte, que substituiu o antigo Ministério do Esporte.
As mudanças no primeiro escalão do Planalto ocorrem apenas uma semana depois de Bolsonaro ter trocado o ministro do Desenvolvimento Regional. Gustavo Canuto foi substituído por Rogério Marinho, que era secretário de Previdência e Trabalho e articulou a reforma no sistema de aposentadoria aprovada no ano passado.
As trocas de ministros – Em pouco mais de um ano de governo, Bolsonaro já fez uma série de trocas e cortes em seus ministérios.
O primeiro ministro a cair foi Gustavo Bebianno, da Secretaria-Geral da Presidência, em meio ao escândalo de candidaturas laranjas do PSL e a um confronto com Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Bebianno foi substituído pelo general Floriano Peixoto, que também acabou perdendo o cargo e sendo substituído por Jorge Oliveira, que é egresso do oficialato da Polícia Militar do Distrito Federal.
Depois de Bebianno, foi a vez de Ricardo Vélez Rodríguez perder o comando do Ministério da Educação e ser substituído por Abraham Weintraub. Já o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que estava à frente da Secretaria de Governo, foi demitido após pressão do vereador Carlos Bolsonaro. Em seu lugar, entrou Luiz Eduardo Ramos. (Com a DW)