A política na capital do país está tão aviltada, tão assoreada moralmente que qualquer marola se transforma em um tsunami.

Carregando um fardo contendo três pedidos de quebra de decoro parlamentar a deputada Liliane Roriz (PTB), então vice-presidente da Câmara Legislativa, decidiu proteger a sua retidão gravando e delatando insinuações de compadrio por parte da presidente da Casa, Celina Leão com a turma da CPI da Saúde, que vem espalhando sombra sobre o Palácio do Buriti.

Do lado de fora da sede do Legislativo a opinião pública começa a sentir nojo, asco e repugnância diante de mais um episódio de manobra política mal executada por parlamentares que se apresentam como temente a Deus, mas que acabam aparecendo de braços dados com o gênio do Mal e por seus objetivos são capazes de fazer o diabo a quatro, ignorando que o  imbróglio deste enredo político é complicado, do qual dificilmente o governador Rodrigo Rolemberg escapará.

Hoje, o Distrito Federal, a unidade da federação mais politizada, se vê ameaçado por este escândalo de desvio de verbas da área da saúde . Dinheiro que veio da União para atendimento aos hospitais e a compra de equipamentos hospitalares. Este não é um caso para ser apurado pela Delegacia mais próxima.

É assunto para o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. Quando um deputado como Chico Vigilante (PT) pede que a Mesa Diretora desembarque do Poder Legislativo é porque – como disse certa vez o “pai da humanidade” Lula da Silva – a crise está abaixo da linha do pré-sal.

E é bom que Vigilante alerte o seu ex-chefe Agnelo Queiroz, que para mostrar serviço a CPI da Saúde vai empurrar o governo passado para dentro deste momento perigoso. Por outro lado, Liliane Roriz verá muito em breve saltar diante dos seus olhos  o fantasma da cassação do seu mandato.

Seu fuzil denuncista disparou contra inúmeros colegas. Agora, boa parte  da  Câmara Legislativa se arma para apedrejar o seu telhado parlamentar. Dificilmente sobrarão inocentes nessa Lava a Jato candanga.