O Estado elefante que não entra no debate

Outro dia vi, numa propaganda política na TV, crítica de um candidato a prefeito a um concorrente que, segundo o candidato, devia milhares de reais em impostos. É claro, sonegação é um erro, mas o candidato cheio de moral e defensor da cobrança abusiva de impostos não se lembra de dizer à população que os empresários são os maiores criadores de empregos do país, apesar de serem extorquidos pelo Estado com tantos tributos.

Estamos acostumados a ver empresários como vilões, mas são eles que inovam, empreendem, promovem pesquisas (sim, visando ao lucro, e isso é ótimo!), trazem modernização. Enquanto insistirmos em pensar que cabe ao Estado ocupar-se de setores industriais e comerciais de que hoje se ocupa, estaremos alimentando um gigante voraz e corrupto, que devora impostos de quem mais produz e trabalha.

Pior: quando é o Estado que gera o emprego que cabe à iniciativa privada, ele mesmo cria, via de regra, empregados acomodados, que podem se tornar parasitas fartamente assalariados e sindicalizados, como vemos aos quilos no Brasil. É claro, há empregados do Estado competentes, mas há os que, protegidos por uma legislação que desestimula a meritocracia, sabem que basta respirar para receber o bom salário gerado pelo bolso do pagador de impostos.

Ninguém questiona, em programas e debates políticos, o porquê de um empresário pagar um valor abusivo para contratar e manter um empregado, por exemplo. Ou quais as razões de se pagar valores astronômicos de IPTU para ter uma rua esburacada. Ou se faz sentido ser obrigado a pagar taxa de iluminação pública para montar uma empresa em uma rua sem iluminação que preste. Os políticos simplesmente não discutem o absurdo de um Estado ineficiente, superlotado de cargos e corrupto, que oferece quase nada em comparação ao muito que arrecada.

Mesmo municípios considerados de baixo IDH, como São Luis do Maranhão, arrecadam muito e gastam o mínimo com o que de fato interessa. Por quê?

Meu palpite: entre outras razões, porque empregam muitas pessoas, em muitos cargos comissionados. O Estado é inchado porque “gera renda” para correligionários, amigos, parentes etc. É óbvio que essa não é a função do Estado, que precisa diminuir drasticamente para funcionar de verdade. Enquanto insistirem no gigantismo estatal, qualquer pracinha que um prefeito faça parecerá uma grande obra.

 

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