A audiência que promete balançar a República nesta quarta-feira. Ou seria mera pirotccnia midiática? Sentado no banco dos réus, o ex-presidente Lula da Silva terá que depor sobre o caso do tríplex no Guarujá com valor estimado de R$ 3,7 milhões.
A audiência representa muito mais que um primeiro encontro entre o “maestro de uma organização criminosa”, como definiu o Ministério Público Federal, e o juiz que botou na cadeia e condenou figuras importantes do cenário político e econômico, Sérgio Moro.
De acordo com denúncia da força-tarefa da Operação Lava Jato, o imóvel foi ofertado a ele pela empreiteira OAS como parte do pagamento de propinas devido ao PT referente a três contratos obtidos pela empreiteira junto à Petrobras.
A denúncia de que o tríplex seria “reservado” a Lula, foi reforçada pelos depoimentos de executivos da OAS, dentre eles o ex-presidente da empreiteira, Leo Pinheiro, que negocia um acordo de delação premiada com a Justiça. No entanto, a defesa de Lula afirma que as provas concretas apresentadas são bastante tênues e que Lula jamais foi proprietário.
Localizado no edifício Solaris, o imóvel se tornou uma dor de cabeça para Lula e alvo de uma guerra de versões sobre a real titularidade do apartamento. Neste processo – o petista já é réu em outros quatro casos -, ele responderá pelos crimes de corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro.
Ainda não há prazo para que Moro termine o julgamento, uma vez que ainda irá ouvir dezenas de testemunhas, 87 apenas da defesa do ex-presidente. Caso seja condenado, o petista ainda poderá recorrer à segunda instância.