2018: modo de usar

Ano novo fogos
Haverá queima de fogos nos dois pontos de confraternização do ano novo/Arquivo
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a) Eleições: é inegável que as eleições de outubro próximo serão o ponto alto da política brasileira em 2018. A disputa presidencial será em larga medida parecida com a de 1989 (primeira eleição pós-regime militar), com muitos candidatos apresentando algum grau de competitividade. Da esquerda à direita, propostas de todo tipo serão apresentadas ao eleitorado. Um dos desafios de candidatos e partidos, por sinal, será romper a desconfiança popular com relação à classe política – os índices de avaliação dos políticos estão historicamente baixos. Para concluir, é impossível, hoje, fazer prognósticos sobre os resultados do pleito. Qualquer previsão agora não passará de chute.

b) Julgamento de Lula: o primeiro evento político de grande importância de 2018 ocorrerá em janeiro. No dia 24 daquele mês o pleno do TRF-4 julgará, em Porto Alegre (RS), o ex-presidente Lula no caso envolvendo o triplex do Guarujá (SP). O julgamento será em segunda instância. Lula é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A questão impacta diretamente o processo eleitoral. Em caso de condenação, como se comportará o eleitor do petista? O PT lançará outro nome em seu lugar? A única certeza, por ora, é que Lula recorrerá de uma eventual decisão contrária e levará adiante sua candidatura, o que poderá gerar uma grande confusão política e jurídica mais à frente. Os aliados do ex-presidente, por sua vez, convocam manifestações em todo o país. O quadro, no momento, é incerto.

c) Reforma da Previdência: a novela em torno da votação da reforma da Previdência terá novos desdobramentos em 2018. Marcada para serem retomadas em fevereiro, as discussões em torno da matéria parecem longe do fim. O governo Temer sabe que ainda não tem os votos para a aprovação da PEC e, desse modo, segue pressionando os aliados indecisos. Caso não seja votada entre fevereiro e o final do primeiro semestre, a proposta poderá ser retomada ao final do processo eleitoral, em novembro. Ou ficar para o próximo governo, que tomará posse em janeiro de 2019 (o mais provável). Os mercados estão de olho e há a possibilidade real de rebaixamento do Risco Brasil pelas agências de classificação de risco.

d) Lava Jato: com a Polícia Federal sob nova direção, o futuro imediato da Operação Lava Jato é uma incógnita. Criticada por diversos setores da opinião pública, as ações da corporação poderão perder força ao longo de 2018. Claro está que um “fato novo” certamente dará novo fôlego para a PF. A conferir.

e) Economia: ao que tudo indica, a economia brasileira começou a emitir sinais mais evidentes de que o ponto crítico da recessão ficou para trás. Inflação em baixa, queda consistente da taxa de juros, retomada (ainda que tímida) da atividade econômica, queda da taxa de desemprego e crédito novo na praça representam, sem dúvida, notícias positivas. Essa trajetória deverá ter sequência em 2018. Para o governo Temer trata-se de uma vitória. As implicações desse novo quadro no processo eleitoral serão consideráveis.

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