O ex-ministro José Dirceu (PT), já condenado em dois processos da Operação Lava Jato que somam penas de 41 anos de prisão, tornou-se réu pela terceira vez ontem (20), por decisão do juiz Sérgio Moro, que comanda os processos da operação em primeira instância. Em seu despacho, Moro considerou haver indícios suficientes para os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Além de José Dirceu, tornaram-se réus, Gerson Almada, ex-diretor da Engevix; Walmir Santana, ex-executivo da UTC; além do irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, segundo a Agência Brasil..
Apesar de aceitar a denúncia, o juiz Sérgio Moro suspendeu a ação penal por um ano, sob a alegação de que os réus já são condenados em outros processos e que é necessário focar os trabalhos na análise de processos que envolvem pessoas que ainda não foram julgadas.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), as construtoras Engevix Engenharia e UTC teriam repassado ao ex-ministro, por meio de contratos fraudulentos, pagamentos de R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão, respectivamente. O dinheiro seria propina desviada de contratos das empreiteiras com a Petrobras. Parte dos pagamentos teria sido efetuada até outubro de 2014, quando Dirceu já era condenado na Ação Penal 470, no processo que ficou conhecido como Mensalão.