O PSDB nas eleições de outubro

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Desde 1994, PSDB e PT são os protagonistas das eleições presidenciais. Os demais partidos, em geral, são satélites das duas agremiações. Nada disso é novidade. A novidade é o fato de que, no pleito de outubro próximo, são reais as chances desse quadro não se repetir.

Nesse espaço, já falamos sobre o PT e seus muitos problemas. Agora, abordaremos a situação do PSDB, igualmente dramática.

Afinal, para onde vai o tucanato na sucessão presidencial que se avizinha?

O nome natural para disputar pelo partido é o de Geraldo Alckmin. O ex-governador, presidente nacional da agremiação, teria tudo para ser um nome de peso no processo. Teria, não fossem alguns fatores importantes.

Alckmin está longe de unificar os tucanos. Ele é visto com reservas por parcela das lideranças do PSDB, e também da militância. Pouco conhecido no Norte e Nordeste do Brasil, ele enfrentará dificuldades para ganhar espaço nessas regiões. Com menos de 10% das intenções de voto nas pesquisas, Alckmin precisará melhorar rapidamente seu desempenho para ganhar apoio efetivo de seu partido e potenciais aliados. A falta de carisma pessoal apenas piora o cenário.

O ex-governador sentirá ainda as consequências da crise pela qual passa o PSDB. O caso Aécio Neves e a possível prisão de Eduardo Azeredo cobrarão suas faturas para o tucanato. Pior para Alckmin, que já enfrenta acusações de desvios durante suas administrações em São Paulo.

Dado esse quadro, o ex-prefeito João Dória coloca-se como opção. Apesar de pré-candidato ao governo estadual, ele sabe que não pode descartar a disputa nacional. O problema é que ele é pouco conhecido no país e, além disso, é um “cristão novo” nas fileiras tucanas. O partido ainda não confia nele.

Uma hipótese seria a indicação de um nome que, ao mesmo tempo, tenha a capacidade de unificar o partido e atraia os velhos aliados, em especial o DEM. Quem tem esse perfil é o senador cearense Tasso Jereissati, fundador do PSDB e com larga experiência política.

Em recente evento na Câmara dos Deputados, chamou a atenção de muitos o tratamento dispensado a Jereissati por seus pares. Como vice, o democrata Rodrigo Maia faria uma boa composição. E o mercado encontraria enfim uma chapa para chamar de sua.

Há quem aposte que, ao final, a disputa desaguará no velho embate PT-PSDB. Os problemas enfrentados pelos dois partidos, a descrença do eleitorado em suas propostas e a fragmentação do quadro, no entanto, desautorizam tal aposta. Por ora, os dois velhos adversários não passam de coadjuvantes no processo sucessório.

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