Sete pontos e sete interrogações

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Começamos o sábado com gosto de ressaca após a derrota da seleção brasileira para o time da Bélgica. Ficamos outra vez nas quartas de final como em 1982, quando tínhamos uma equipe que jogava como orquestra. Agora entra em campo a política partidária ao mesmo tempo que o recesso parlamentar encerra um semestre legislativo de relativa produtividade e sobressaltos.

O1 – O grupo Globo vai com gosto de sangue sobre o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), que foi flagrado numa reunião bem suspeita com pastores evangélicos no Palácio da Cidade. Crivella teria oferecido vantagens e apoio político a um candidato, o que pode ser configurado como crime eleitoral. Na Câmara já há quem defenda o impeachment do prefeito carioca e o Ministério Público promete investigar o caso.

02 – O PSB está mais para Ciro Gomes do que para o PT (Lula da Silva ou um reserva). A coligação faz água para os petistas em função da condição de Marília Arraes (PT), em Pernambuco, que vem a ser a neto de Miguel Arraes.

03 – Minas Gerais e os seus candidatos ao Senado. De um lado, a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff, pelo PT, corre o risco de ser judicializada, porque ainda está pendente o fatiamento do impeachment que foi uma gambiarra jurídica do Supremo Tribunal Federal para não deixar Dilma inelegível. E Aécio Neves, do PSDB, deve tentar a reeleição, mas está isolado dentro do partido.

04 – Não está fácil também para o presidenciável tucano Geraldo Alckmin. Fraco nas pesquisas, tem mais um aliado denunciado pelo Ministério Público. O seu coordenador de campanha, o ex-governador Marconi Perillo deve ter seu sigilo telefônico quebrado. Marconi é alvo de investigação por causa de citações de delatores da Odebrecht. O ex-governador teria recebido propina para abastecer campanhas eleitorais. Não bastassem esses problemas, Alckmin assiste a um boato cada vez mais forte de que o ex-prefeito João Dória poderá substituí-lo na pré-candidatura. Fogo amigo.

05 – Começou a contar os prazos para as convenções dos partidos. Até 5 de agosto devem ser concluídas as coligações que, na maioria dos estados, estão bem complicadas. O jogo das negociações entra, portanto, numa fase decisiva para as eleições majoritárias e proporcionais. Admite-se que por enquanto as discussões sejam partidárias, mas de agora em diante é preciso que os candidato apresentem propostas. Todavia, a pobreza nesta questão é ampla, geral e irrestrita.

06 –A três meses das eleições o eleitorado está arredio com a política e muito mais com o debate em torno dos candidatos às assembleias legislativas, Câmara Legislativa, Senado e Câmara dos Deputados. Isso é muito ruim, porque o Parlamento é central nesse desejo coletivo de passar o país a limpo. Pelo que se percebe até este momento, a renovação de personagens será mínima – se é que podemos chamar de renovação. Haverá, isso sim, uma passagem de bastão de pai para filho, de mulher para marido, de primo para primo. A política partidária no Brasil é uma grande capitania hereditária familiar.

07 – Na medida em que avança o programa de privatizações do presidente Michel Temer no Congresso Nacional, também sobe o nível da crise econômica. Os prognósticos para 2019 não são nada animadores. Embora a inflação esteja relativamente controlada, a crise é concreta no setor produtivo. Até os bancos estão preocupados com a inadimplência, embora seja o setor que mais tem faturado. Nunca deixou de ganhar dinheiro com a miséria da maioria.

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