A farmácia verde do Cerrado

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Texto de Renata Andrada Peña

Entre as árvores de casca grossa e troncos retorcidos do Cerrado, se escondem preciosidades importantíssimas para a saúde dos seres humanos: centenas de espécies de plantas medicinais que podem curar e salvar vidas.

A rica biodiversidade do Cerrado oferece raízes, cascas, óleos e folhas que são há séculos manipulados por seus povos indígenas e comunidades tradicionais para o tratamento e cura de enfermidades.  Prática essa que é passada de geração em geração.

Em 2009, um estudo da Universidade de Brasília (UnB) apontou 358 espécies nativas do Cerrado utilizadas pelas comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) para o tratamento e cura de enfermidades. 

O analista de Conservação do WWF-Brasil, Kolbe Soares, afirma que o Cerrado, apesar de pouco valorizado como bioma, é responsável por 5% da biodiversidade mundial e 30% da biodiversidade brasileira. “O Cerrado possui um imenso potencial para uso fitoterápico de suas plantas e apesar disso, vem sendo desmatado em níveis alarmantes, o que pode estar extinguindo plantas que podem curar doenças que a medicina alopata ainda não conseguiu”, afirma.  

“O Cerrado é um dos biomas mais antigos do planeta, por isso acredito que seja o que tem o maior número de espécies de uso medicinal. Costumo dizer que o Cerrado é a maior farmácia de plantas medicinais do Brasil”, diz Marcos Guião.

(Renata Andrada Peña trabalha na WWF)

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