O senador Marcos do Val (Cidadania-ES) fez um apelo na última para que os internautas pressionassem os senadores dos seus estados a votar a Medida Provisória do INSS nesta segunda-feira (03). No momento que fazia a gravação num celular para disparar no seu microblog, estava registrada a presença em plenário de apenas 25 senadores. O mínimo para iniciar a votação é de 41. Nem mesmo um acordo com a oposição para que a matéria seja votada sem obstrução, foi capaz de sensibilizar os senadores.
O vídeo que entrou no ar pouco antes do início da Ordem do Dia é um exemplo de como anda a situação no Congresso Nacional. O governo tem pouco ou quase nenhuma articulação política. Assim como na Câmara, no Senado a base governista pode ser contada nos dedos.
Na sexta-feira, uma senadora ligada ao presidente Jair Bolsonaro disse ao Misto Brasília que o Palácio do Planalto poderia contar, com alguma segurança, com os votos de 25 senadores. Exatamente o número que deixava preocupado Marcos do Val. Para ter alguma segurança na aprovação de votações, deveria ter no mínimo 41 votos dos 81 senadores com assento no plenário do Senado Federal.
A MP do INSS é uma moeda de troca no jogo para a aprovação da PEC da reforma da Previdência que está travada na Câmara dos Deputados. A medida tem por finalidade reduzir os golpes na Previdência que fazem sangrar o dinheiro público. A MP, todavia, não sensibilizou o Parlamento, que deixou a votação para a última hora.
A desconfiança dos governistas pesa sobre o líder do governo no Senado. Indicado por Bolsonaro como uma liderança importante, capaz de capitalizar o apoio de colegas do Nordeste, sua atuação vem sendo criticada nos bastidores. Seu duplo papel na relatoria da Medida Provisória da reforma administrativa acendeu o sinal amarelo. O senador Fernando Bezerra (MDB-PE) quis a criação de dois ministérios e foi dele a ideia de desvinculação do Coaf do Ministério da Justiça e da Segurança.
A preocupação com a situação política levou os senadores governistas a se mobilizarem. Querem montar uma nova estratégia para garantir as votações de matéria de interesse do Planalto. Mas antes vão ter que convencer o presidente. “Já estamos conversando com ele”, disse a senadora que atendeu a reportagem do site.