Um artigo publicado na revista cientítica “Viruses”, informa que foram encontrados nove espécies de vírus ainda não catalogadas que convivem com animais silvestres do Cerrado. O trabalho científico foi realizado sob o comando do professor visitante da Universidade de Brasília, Fabrício Campos, que é o autor do “Faecal Virome Analysis of Wild Animals from Brazil”.
A pesquisa também descobriu novas espécies de animais hospedeiros para vírus também já conhecidos. Além disso, descreveu pela primeira vez, a existência de certos organismos já conhecidos, como psittacine adenovirus 3, chicken anemia virus, avian gyrovirus 2, gyrovirus 3 e beak and feather disease vírus, segundo descreve Nicolau Ferraz, da Agência Facto.
Um dos vírus identificados no trabalho é o da anemia infecciosa das galinhas. A presença dele em aves não domésticas levanta questionamentos para estudiosos a respeito do papel de aves silvestres na propagação da doença causada por esse vírus.
A parte prática envolveu a coleta de fezes no setor de animais silvestres. Três espécies de mamíferos (macaco-prego, saruê e furão) e três espécies de aves (papagaio-verdadeiro, aratinga e canário-da-terra) foram utilizadas.
“Esses resultados mostram a complexidade do microbioma viral que animais silvestres podem ter e quão pouco explorado ele é no que diz respeito à fauna do Cerrado. O nosso estudo contribui tanto em termos de vigilância sanitária como para a compreensão da biodiversidade viral nesses animais”, explica o estudante de graduação da UnB Matheus Duarte, que também participou do levantamento. Além dele, também participaram os professores do Instituto de Ciências Biológicas (IB) Tatsuya Nagata, Bergmann Ribeiro e Fernando Lucas.