Primeiro eram totalmente desnecessárias, e até podiam ser contraproducentes por causa de uma hipotética contaminação, depois passaram a ser importantes, e agora sabe-se que, afinal, são mesmo essenciais para evitar o contágio da SARS-CoV-2 e ajudar a travar a pandemia.
A par do distanciamento social e de medidas básicas de higiene, como a lavagem frequente das mãos, as máscaras tornaram-se imprescindíveis e vieram mesmo para ficar – pelo menos enquanto não houver outra forma de prevenir ou tratar a Covid-19, com uma vacina ou novos medicamentos.
Mas qual é a melhor máscara para usar no dia-a-dia? E, à falta de máscaras comerciais certificadas, por impossibilidade de as adquirir, por exemplo, qual é o tecido mais adequado para fazer uma máscara?
Um estudo realizado por investigadores portugueses, que avaliaram 49 tecidos passíveis de ser utilizados na produção de máscaras comunitárias, mostra que há tecidos que são melhores do que outros para produzir uma máscara eficaz, e também que o número de camadas usadas não é indiferente.
Os resultados da investigação, que foi feita por cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis), e do Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário (Citeve), acabam de ser publicados na revista científica Respirology,, e dão indicações importantes para a escolha de máscaras eficazes e confortáveis, do ponto de vista da sua respirabilidade.
Segundo o estudo, as melhores opções quanto a têxteis são o tecido não tecido (TNT), do qual são feitas, por exemplo, as batas ou as toucas cirúrgicas, e o algodão em malha jersey, que se pode encontrar em algumas t-shirts. Outro dado importante tem a ver com o número de camadas de que é feita a máscara: terão de ser pelo menos duas para se obter a eficácia necessária.
O trabalho dos investigadores focou-se exclusivamente nas máscaras comunitárias, “usadas nas atividades da vida diária, como sair à rua e ir ao supermercado, ou para uso profissional em contextos em que não haja contacto com um grande número de pessoas”, explica Bernardo Sousa Pinto.
As máscaras de utilização comunitária devem filtrar pelo menos 70% das partículas com a dimensão de três micrômetros – o micrômetro é mil vezes menor do que o milímetro -, ou seja, gotículas ínfimas, que são sobretudo produzidas durante a fala. Estas máscaras têm igualmente de ter uma permeabilidade ao ar de pelo menos oito litros por minuto, o que garante uma boa respirabilidade.
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Na impossibilidade de acesso a máscaras comunitárias certificadas, Bernardo Sousa Pinto defende por isso que “devem ser usados tecidos “domésticos” para cobrir o nariz e a boca”. E os aconselhados são exatamente aqueles demonstraram ser mais eficazes, tanto na filtragem das partículas como na boa respirabilidade. (Do DN)