Oficiais superiores da Polícia Militar da Polícia Militar do Distrito Federal furaram a fila da vacinação contra a Covid-19. Aproveitaram as “xepas” das doses para passar na frente inclusive de praças, que estão na linha de frente do combate ao crime e para fiscalizar os decretos sobre as restrições para conter o avanço da pandemia.
Entre esses oficiais estava o próprio comandante geral da corporação, o coronel Julian Rocha Pontes, além de outros oficiais do comando geral. O chefe do Estado Maior, o coronel Marcelo Helberth de Souza, negou ter furado a fila. Também negou o chefe do Departamento Operacional (DOP), coronel Hemerson Rodrigues.
Num vídeo postado pela corporação no último dia 27, o coronel afirmava que todos os policiais poderiam contar com ele no combate à pandemia. “A sociedade do Distrito Federal necessita dos nossos serviços. Eu observo os senhores trabalhando com galhardia”. Veja logo abaixo.
O coronel Julian admite que tomou a vacina, provavelmente na Unidade Básica de Saúde I (UBS I) da Asa Sul, na quarta-feira (31). Ele diz que não quebrou nenhuma lei. “Apesar de poder ser classificado como inoportuno, tal ato não foi ilegal”, disse ao Correio Braziliense.
Esses oficiais, segundo o Metrópoles, aproveitaram uma mudança recente nas regras de utilização das doses remanescentes de vacinas, chamadas de “xepa”, para ter prioridade na campanha de imunização. Cerca de 8 mil praças e graduados aguardam a vacinação contra a peste. O Centro de Comunicação Social da PMDF confirmou a informação e acrescentou que “outros policiais militares” foram imunizados
O escândalo dentro da corporação provocou constrangimentos e críticas. Por conta disso, o comandante geral foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Em seu lugar foi nomeado em ato publicado em edição extra do Diário Oficial do DF, nesta sexta-feira (02) à tarde, o coronel Márcio de Vasconcelos. Sempre muito ativa nas redes sociais, a PMDF não comenta nada sobre o assunto nesta sexta-feira, e tão pouco as associações dos oficiais.
Com esta nomeação, a Polícia Militar passa a ter o terceiro comandante no governo do Ibaneis. Julian assumiu em agosto de 2019, por indicação do então secretário de Segurança Pública, delegado Anderson Torres, que hoje é ministro da Justiça e da Segurança Pública.