Atual cobertura vacinal poderia ter sido alcançada há cinco meses

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Nova variante do vírus da Covid-19 assusta novamente o mundo/Business Day
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Esquema de imunização começou a ganhar força somente em agosto do ano passado

A epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI), afirma que o Brasil poderia ter alcançado a marca atual de cobertura vacinal em julho do ano passado. Ou seja, em cinco meses, e não um ano.


Os 70% alcançados até o momento são maiores que nos Estados Unidos. O país americano começou a vacinar um mês antes do Brasil, mas apenas 63% da população tomou as duas doses, de acordo com o Our World in Data, da Universidade de Oxford, segundo informou a Agência DW.

“O SUS [Sistema Único de Saúde] tem uma estrutura pronta para vacinar a população que é facilmente acionada pelo Ministério da Saúde. Se o Brasil tivesse vacina suficiente quando se iniciou a vacinação, facilmente teríamos alcançado esse percentual em julho”, afirma Domingues.

A ex-coordenadora explica que o SUS tem capacidade de vacinar 3 milhões de pessoas por dia, mas a capacidade diária nunca foi alcançada ao longo da pandemia por falta de vacina. “A vacinação demorou muito para avançar no Brasil”, afirma.



Os dados de vacinação do Ministério da Saúde mostram que, até 30 de junho, o Brasil tinha completado o esquema vacinal de apenas 12,4% da população. Cerca de 1,3 milhões de doses foram aplicadas por dia no período. Um mês depois, a imunização completa ainda não alcançava nem 20% da população.

A evolução dos dados mostra que o Plano Nacional de Imunização contra a Covid começou a ganhar força somente a partir de agosto, sete meses após o início da vacinação no país.


A vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos e de crianças entre 5 e 11 anos são outros capítulos polêmicos.

Apesar de a Anvisa ter aprovado o uso da vacina da Pfizer em crianças no dia 16 de dezembro, o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública em dezembro perguntando à população se deveria ser necessário receita médica para imunização dessa faixa etária.

A aprovação da pasta para a inclusão das crianças no PNI foi dada somente no dia 5 de janeiro, quase vinte dias após a autorização da Anvisa.



Percentuais

31 de março: 2,4% totalmente imunizados

30 de abril: 3,4% totalmente imunizados

30 de maio: 10,4% totalmente imunizados

30 de junho: 12,4% totalmente imunizados

31 de julho: 19,4% totalmente imunizados

31 de agosto: 29,3% totalmente imunizados

30 de setembro: 42,8% totalmente imunizados

31 de outubro: 54,2% totalmente imunizados

30 de novembro: 62,7% totalmente imunizados

31 de dezembro: 67% totalmente imunizados* (Ministério da Saúde teve um apagão de dados após um ataque cibernético)



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