Na reta para as eleições, o presidente sente o peso da inflação no voto de outubro
Três anos meio após chegar ao Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro descobriu que a política econômica do governo é desastrosa. Preocupado com seu projeto de reeleição e a possibilidade de ser derrotado no primeiro turno da corrida presidencial, Bolsonaro agora quer terceirizar o ônus do seu insucesso como governante.
Na esteira do anúncio feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que inflação oficial de maio ficou em 0,47% e no acumulado de doze meses em 11,773%, o chefe do Executo quer que produtores e supermercadistas reduzam ao máximo a margem de lucro nos itens que integram a cesta básica.
De acordo com presidente, a redução do lucro nos itens da cesta básica seria uma forma de reforçar o combate à inflação, que no mundo real, longe dos gabinetes palacianos, é bem maior.
“Nós devemos em momentos difíceis como esses, entendo, todos nós colaborarmos. Então o apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, para que os produtos da cesta básica, cada um obtenha o menor lucro possível para a gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população, em especial os mais humildes”, afirmou.
“Esse é o apelo que eu faço aos senhores. Eu sei que a margem de lucro tem cada vez diminuído mais também, os senhores já vêm colaborando dessa forma, mas colaborem um pouco mais na margem de lucro dos produtos da cesta básica. Esse apelo que eu faço aos senhores e se for atendido, eu agradeço e muito. E se não for, é porque realmente não é possível”, emendou.