Desde o princípio da telefonia móvel temos a necessidade constante de uma conexão rápida e estável com a rede
Por Rodrigo Aquino – SP
Abordando o tema de maneira técnica, o 5G chega como sucessor das tecnologias de telefonia móvel atuais, prometendo maior velocidade, disponibilidade e baixa latência para dispositivos conectados em sua rede. Seu desenvolvimento e adoção em larga escala vêm da necessidade de termos muitos (milhares de) dispositivos de diferentes naturezas conectados à internet, o famoso IoT – Internet of Things (Internet das Coisas).
Desde o princípio da telefonia móvel temos a necessidade constante de uma conexão rápida e estável com a rede. No entanto, devido à natureza diversa dos dados que são transmitidos hoje (áudio, vídeo e texto), a chegada da tecnologia 5G garantirá a continuidade do funcionamento dos sistemas atuais de comunicação, bem como permitirá que novas tecnologias surjam.
Quem poderia imaginar nos idos da década de 90, que as videochamadas seriam utilizadas amplamente pela população a um custo relativamente baixo, por meio de um aparelho portátil dentro de um sistema de comunicação móvel? Claramente a tecnologia da época não permitia tal uso devido a sua velocidade limitada e pouca estabilidade. No entanto, ao chegarmos na tecnologia 4G pudemos expandir o uso de serviços de comunicação além de criar novas oportunidades apoiadas nessa infraestrutura de redes (serviços de entrega por aplicativo, reuniões remotas, videoaulas, entre outras).
Tal desenvolvimento tecnológico, como qualquer outro, exigirá investimento em todas as pontas da cadeia produtiva. Partindo das liberações legais (responsabilidade do governo), passando por grandes investimentos por parte das empresas concessionárias de telecomunicações para a modernização da infraestrutura instalada, e se encerrando nos usuários finais, nós, os consumidores comuns, deveremos atualizar nossos dispositivos para aqueles aqueles mais modernos, que possuam compatibilidade com a tecnologia 5G.
Claramente a adoção precoce desta tecnologia acabará sendo dos entusiastas tecnológicos e de pesquisadores que desejam realizar soluções inovadoras dependentes das capacidades técnicas da nova rede. Além disso, é esperado que na transição de tecnologias exista um pequeno desbalanceamento entre a oferta e a demanda, o que impacta o valor final dos produtos. Por isso, é esperado que esses dispositivos e soluções compatíveis com o 5G sejam bem mais caros que os outros por um certo tempo.
Para aqueles que sobreviveram às transições da TV de tubo (CRT) para a tecnologia de Plasma e LED, e também aguentaram a migração do sinal de televisivo analógico para o digital, bem como a mudança de paradigma dos telefones com botões físicos para os que possuem apenas tela: todas essas mudanças nos geraram custos financeiros e de migração, que foram esquecidos com o tempo devido ao grande ganho em serviços e a praticidade que as novas tecnologias nos proporcionaram.
(Rodrigo Aquino é professor e coordenador do curso de Engenharia de Computação da Eseg, Faculdade do Grupo Etapa)