Na semana final da campanha, o governo inundou a televisão, rádio e redes sociais com mensagens pró-igualdade
A população de Cuba vota neste domingo (25) em referendo sobre uma nova versão de seu Código Familiar. Ela prevê a legalização do matrimônio e da adoção para casais do mesmo sexo, além de permitir a gestação solidária (“barriga de aluguel“) e conceder mais direitos aos pais não biológicos.
Mais de 8 milhões de cidadãos maiores de 16 anos podem votar a proposta apresentada pelo governo comunista e criticada por líderes religiosos católicos e protestantes.
Na semana final da campanha, o governo inundou a televisão, rádio e redes sociais com mensagens pró-igualdade, além de promover outdoors chamativos, comícios públicos e tuítes do presidente Miguel Díaz-Canel conclamando a população a votar “sim” “em favor da democracia”.
Nos últimos anos, a atitude oficial de Havana em relação à homossexualidade mudou significativamente, após décadas de perseguição. Em 2019, o governo se propôs a incluir o casamento homossexual ou igualitário na Constituição cubana, porém recuou diante das críticas da Igreja.
Também desta vez a Conferência Episcopal se opôs à proposta. Ainda assim, entre fevereiro e abril realizaram-se mais de 79 mil reuniões de cidadãos para promover o debate público em massa sobre os direitos familiares. Em consequência, mais da metade do texto original foi modificada, informou a mídia estatal.