Revista afirma que vitória de Bolsonaro é ameaça à ciência

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Feira de ciência no Centro de Convenções Ulysses Guimarães/Arquivo
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Editorial da respeitável publicação Nature faz considerações para as eleições e o futuro do Brasil

Um editorial da revista científica Nature, uma das mais relevantes do mundo, abordou o segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, afirmando que um segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro representaria uma “ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente”.



Intitulado “Há apenas uma escolha na eleição do Brasil – para o país e para o mundo”, o texto opinativo publicado na terça-feira (25) afirma que o Brasil está diante de uma de suas eleições mais importantes desde o fim da ditadura militar em 1985.

O editorial descreve Bolsonaro como um populista e ex-capitão do Exército que assumiu o cargo em 2019 “negando a ciência, ameaçando os direitos dos povos indígenas, promovendo armas como solução para questões de segurança e promovendo uma abordagem de desenvolvimento a todo custo para a economia”.

“Bolsonaro foi fiel à sua palavra. Seu mandato foi desastroso para a ciência, o meio ambiente, o povo do Brasil – e do mundo”, escreve a revista, acrescentando que o “histórico de Bolsonaro é de arregalar os olhos”.



O texto segue listando que o meio ambiente “foi devastado” quando o presidente retirou proteções legais e menosprezou os direitos dos povos indígenas, e que o desmatamento na Amazônia atingiu níveis alarmantes.

A Nature ainda traçou paralelos entre Bolsonaro e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, afirmando que ambos “tentaram minar o Estado de direito“, bem como ignoraram os alertas dos cientistas sobre a covid-19 e negaram os perigos da doença.


“Bolsonaro também minou os programas de vacinas, questionando a segurança e eficácia das doses. Mais de 685.000 pessoas no Brasil morreram de covid-19. A crise econômica que se seguiu à pandemia atingiu duramente os brasileiros”, afirma.

O editorial também aponta que o financiamento para ciência e inovação continuou a diminuir sob a gestão Bolsonaro, “a ponto de muitas universidades federais estarem lutando para manter as luzes acesas e os prédios abertos”.


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