O aparecimento dos chamados “balões” em diferentes lugares alimenta todo tipo de teoria
Por André César – SP
A polêmica está no ar. Os recentes eventos envolvendo as duas maiores potências globais, Estados Unidos e China, mostram que a situação do planeta não é de segurança absoluta.
A troca de acusações entre os dois governos sobre espionagem envolvendo balões e outros objetos não identificados (OVNIs) dominam o debate e elevam o grau de fervura no cenário internacional. Afinal, para onde vamos?
Em tempos de redes sociais, o aparecimento dos chamados “balões” em diferentes lugares alimenta todo tipo de teoria conspiratória. Entre elas, a presença de seres alienígenas em nosso surrado mundinho. Eles estão finalmente chegando?
O elemento “invasão ET” me remete a clássicos da ficção cientifica, como “A guerra dos mundos” (HG Wells) e o filme de Spielberg, “Contatos imediatos do terceiro grau”.
Entra aqui também o famoso episódio envolvendo Orson Welles que, em 1938, apresentou um programa de rádio simulando, em tom jornalístico, uma invasão extraterrestre nos Estados Unidos. O pânico foi geral entre a população. Primórdios das fake news na primeira metade do século XX?
Na segunda-feira, 13 de fevereiro, a porta-voz da Casa Branca afirmou para a imprensa, durante coletiva, que não há indícios de extraterrestres atuando sobre o espaço aéreo norte-americano. Em outros tempos nem tão distantes, tal cena seria inimaginável. Vivi para ver isso.
Voltando à geopolítica, o que se vê é uma escalada na crise Estados Unidos-China. Washington e Pequim aceleram as críticas mútuas, em um ambiente já esgarçado pela guerra na Ucrânia, pelas ameaças em Taiwan, as esperadas consequências do terremoto na Turquia e na Síria, o pós-pandemia e outras mazelas mais, levando a diplomacia ao limite. Tempos perigosos.
Na verdade, os eventos recentes indicam que a China atingiu uma nova etapa no processo de espionagem global. Novos equipamentos, como os balões no topo das atenções, mostram que a tecnologia mudou e, hoje, os chineses parecem estar à frente dos americanos. Uma verdade incômoda que vem à tona agora.
Enfim, vivemos um admirável mundo novo. Não sabemos onde tudo isso irá parar – nem mesmo se o atual quadro irá desaguar em um conflito bélico entre as duas potências. Resta a última pergunta – eram os deuses balonistas?