A escolha de Li Shangfu para a Defesa chama a atenção no atual contexto das medidas internacionais contra a Rússia
O novo governo chinês, encabeçado pelo presidente Xi Jinping, escolheu neste domingo (12) seu gabinete ministerial. Trata-se da maior reformulação no alto escalão de Pequim em uma década.
Os ministros foram indicados pelo recém empossado primeiro-ministro Li Qiang, numa mistura de personagens novas e antigas. Eles foram aprovados pelo Congresso Nacional do Povo, órgão legislativo máximo do país.
O general Li Shangfu passará a ser o ministro de Defesa, Wang Xiaohong o de Segurança Pública, e Chen Yixin, de Segurança do Estado, chefiando a administração interna e os serviços secretos. He Rong assume a pasta da Justiça.
O anúncio vem dois dias depois de Xi iniciar um inédito terceiro quinquênio presidencial, aproximando-se, assim, da presidência vitalícia de fato. Em outubro, já fora eleito secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC).
O político de 69 anos sela seu status como mais poderoso político da China desde Mao Tsé-Tung (1893-1976).
A escolha de Li Shangfu para a Defesa chama a atenção no atual contexto das medidas internacionais contra a Rússia pela invasão da Ucrânia.
Em 2018, o secretário de Estado americano Mike Pompeo anunciou sanções contra a empresa chinesa Equipment Development Department (EDD), da qual Li Shangfu era diretor, por adquirir armas da empresa estatal russa Rosoboronexport.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, em 2017 a EDD comprara caças Su-35 e, em 2018, equipamento relacionado com o sistema de mísseis terra-ar S-400, informaram a Reuters e a DW.