Áudios sugerem que golpe de Estado poderia estar em curso

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Manifestantes invadem o STF e atiram pedras contra a PM/Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A conversa foi entre dois militares do Exército, um ex-major e o ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro

Por Misto Brasília – DF

Uma conversa entre dois aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que vazou nesta tarde, coloca mais combustível no discurso de que houve uma tentativa de golpe de Estado no dia 8 de janeiro. Naquela data, houve a depredação das sedes dos três poderes.

O assunto deve abrir os trabalhos da CPMI que vai apurar os atos de depredações. A comissão ainda não foi instalada, porque falta escolher o presidente e o vice-presidente e o relator, que deve ser o deputado Arthur Maia.



Em três áudios entre o major da reserva do Exército, Ailton Barros, e o então ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid Carvalho, foi divulgado pelo jornalismo da CNN Brasil.

Os dois conversos sobre a estratégia para lançar uma Garantia de Lei e da Ordem (GLO) para que Bolsonaro permanecesse no cargo e não permita a posse de Lula da Silva. Barros foi preso ontem (03) na operação da Polícia Federal que investiga a invasão no sistema do Ministério da Saúde para falsificar cartões de vacina contra a Covid-19.

Os áudios foram recuperados do celular do tenente-coronel, que também foi preso. Nos arquivos, Ailton descreve o “conceito da operação”.

Leia – minuta de decreto foi encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres



No dia 15 de dezembro, ele diz: “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.

“Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil”.



“Pô (sic), não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?, indaga.

Ailton afirma que “se for preciso, vai ser fora das quatro linhas”. “Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele”, registra o noticiário da emissora de televisão.


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