O grupo terrorista radical, no entanto, ainda não foi derrotado militarmente, pois ainda se mantém firme contra Israel
Por Misto Brasil – DF
Poucos dias antes da ofensiva militar de Israel contra o grupo fundamentalista islâmico Hamas na Faixa de Gaza completar seis meses, representantes dos governos israelense e americano admitiram no início desta semana que, para derrotar o grupo, Tel Aviv também precisa atacar alvos na cidade de Rafah, no sul do enclave palestino.
Essa constatação indica que o Hamas ainda não foi derrotado militarmente. Mesmo depois de meio ano de guerra, completados neste domingo (07), o grupo islâmico ainda se mantém firme contra o exército israelense, indicou a reportagem da DW.
A duração do conflito é ainda uma incógnita, assim como a real força remanescente do Hamas.
“É claro que o Hamas quer dizer que não foi derrotado, que tem armas fantásticas ou algo semelhante“, afirma o analista político britânico Hisham Hellyer, do Instituto Real para Estudos de Defesa e Segurança (RUSI).
“E os israelenses querem realçar que foram bem-sucedidos em seus objetivos. Portanto, há muita propaganda de ambos os lados.”
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo atentado terrorista em grande escala contra o norte de Israel de 7 de outubro de 2023, em que combatentes do Hamas mataram 1.200 e levaram cerca de 250 reféns.
IAF fighter jets struck a military compound of the Amal Movement where a number of its terrorists operated in the area of Marjaayoun in southern Lebanon a short while ago.
The Amal Movement has operated against Israel throughout the war and it planned to carry out an additional… pic.twitter.com/hm77WOHWK6
— Israel Defense Forces (@IDF) April 5, 2024
Arsenal de mísseis quase destruído
Em represália, a liderança israelense lançou uma ofensiva militar, prometendo destruir o Hamas, que controla parte de Gaza. Segundo o Ministério da Saúde local, na atual guerra já foram mortos 32.845 palestinos, a maioria crianças e mulheres, e outros 75.392 foram feridos.
Para Gil Murciano, diretor do Instituto Israelense para Políticas Externas Regionais, os efeitos da intervenção militar são completamente perceptíveis.
Ele aponta a diminuição significativa no número de mísseis disparados, e não apenas em Tel Aviv, mas também perto da fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. “Nessa área, o número de mísseis disparados e as mortes causadas por eles caíram quase completamente, reforça.
O especialista acrescenta que a operação militar israelense na parte central da Faixa de Gaza também destruiu as principais linhas de produção de armamentos, mísseis e drones.
“Essa é uma grande perda para as capacidades militares que o Hamas construiu ao longo de muitos anos.”
Michael Milshtein, ex-membro da inteligência militar israelense e agora pesquisador da Universidade de Tel Aviv, estima que cerca de 70 a 80% do arsenal de mísseis do Hamas tenha sido destruído. Isso também se deve à escassez de peças.
“As peças para reabastecimento eram contrabandeadas pela fronteira de Rafah. Agora o controle na região é muito mais meticuloso. É por isso que o Hamas quase não recebe mais suprimentos.”
No entanto, os túneis do Hamas continuam a causar problemas para o exército israelense, diz Milshtein. “Presumo que o Hamas ainda tenha pelo menos 50% de seus túneis. Isso dificulta a previsão sobre os movimentos do grupo, além de oferecer proteção a seus combatentes.”