Gilmar Mendes, rebateu a fala em entrevista à Globo News e afirmou que as investigações mostram que foi um “plano de preparação e execução”
Por Misto Brasil – DF
Em meio à operação Contragolpe da Polícia Federal (PT) que revelou um plano para assinar o então presidente eleito Lula da Silva (PT), além do vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes, o senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou que conspiração “não é crime”.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda declarou que “por mais que seja repugnante pensar em matar alguém, isso não é crise”.
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Veja a decisão do ministro Alexandre de Moraes
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, rebateu a fala em entrevista à Globo News e afirmou que as investigações mostram que foi um “plano de preparação e execução”.
“A mera cogitação, em princípio, não é punível. Atos preparatórios, por muitas vezes, se confundem com a execução. Em se tratando de crimes contra segurança do Estado ou nacional, a legislação muitas vezes é mais severa quanto a isso. De modo que não se pode banalizar, não se trata de mera ‘cogitacium’ [do latim, cogitar], nós estamos já num plano de preparação e execução“, declarou Medes.
Foram presas cinco pessoas acusadas de terem planejado o golpe de Estado para impedir a posse do presidente Lula após vencer as eleições em outubro de 2022.
Entre os detidos, estão o tenente coronel Hélio Ferreira Lima, que estava à frente da 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus até fevereiro deste ano, o general e ex-ministro interino da Secretária-Geral no governo Bolsonaro, Mário Fernandes, além do major major das Forças Especiais do Exército Rafael Martins de Oliveira, o policial federal Wladimir Matos Soares e major Rodrigo Bezerra de Azedo.
Entre os detidos, dois faziam a segurança de autoridades durante a cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
Mendes comentou ainda que há possibilidade de envolvimento de mais militares de alta patente e condenou qualquer possibilidade de anistia dos crimes. “Devo dizer que me enganei na minha análise.
Cheguei a dizer que, após as eleições, tudo transcorreu dentro de uma normalidade, não tivemos ninguém questionando urna eletrônica. Ninguém imputou falta à urna eletrônica. Eu achava que a gente estava, pelo menos do ponto de vista político, retornando a uma normalidade. Vejo que me enganei”, acrescentou.
Já o jornal O Globo revelou ainda que o general Mário Fernandes se reuniu com o então presidente Bolsonaro em 8 de dezembro de 2022, um mês após o início do planejamento do plano de assassinato contra Lula, Alckmin e Moraes.
O material, nomeado como Punhal Verde Amarelo, chegou a ser impresso e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid enviou um áudio em que confirmava que Bolsonaro teria aceitado o “assessoramento” do grupo.