Uma pesquisa prevê a vitória nessas eleições legislativas à ultranacionalista Aliança para a União dos Romenos, com 22,4%
Por Misto Brasil – DF
Os romenos vão às urnas neste domingo (01) em eleições parlamentares em que se espera que a extrema direita obtenha ganhos e em meio a incerteza sobre se será mantido o resultado surpreendente do primeiro turno da eleição presidencial, realizado há uma semana no país.
Uma pesquisa prevê a vitória nessas eleições legislativas à ultranacionalista Aliança para a União dos Romenos (AUR), com 22,4%, seguida pelo PSD, com 21,4%, e pelo partido pró-europeu Salve a Romênia (USR), com 17,5%.
O Tribunal Constitucional ordenou a recontagem da votação após a vitória inesperada do ultradireitista pró-russo Calin Georgescu em meio a acusações de ingerência de Moscou.
A vitória surpreendente inflou o apoio dos eleitores a partidos ultranacionalistas e de extrema direita, alguns com simpatias pró-russas evidentes, que poderiam abalar a orientação pró-ocidental da Romênia e minar o apoio à Ucrânia, segundo analistas políticos.
Político pouco conhecido, Georgescu, apoiado por uma sofisticada e controvérsia estratégia no TikTok que alcançou centenas de milhões de visualizações, alegou não ter gasto nenhum dinheiro em sua campanha, levantando suspeitas de financiamento ilegal e interferência russa.
Após uma campanha dominada pelas preocupações dos eleitores com os problemas orçamentários e o custo de vida, a eleição coloca os candidatos de ultradireita contra os principais partidos pró-europeus que cansaram seus eleitores com brigas internas e alegações de corrupção.
Os partidos de ultradireita também usam o fato de a Romênia defender a Ucrânia para alimentar o temor de que a guerra possa se espalhar pela fronteira, a menos que o país interrompa seu apoio, assim como aumentar o ressentimento em relação ao suposto tratamento preferencial para os refugiados da Ucrânia.
A incerteza política pode favorecer as forças ultranacionalistas e punir as siglas governistas Partido Social Democrata (PSD) e Partido Nacional Liberal (PNL), que dominaram a política romena nas últimas décadas.
Dois partidos dissidentes de extrema direita também têm chances de entrar no Parlamento, potencialmente dando aos ultranacionalistas um terço dos assentos no legislativo.