As acusações são inéditas para um presidente sul-coreano. A lei marcial imposta buscava proibir atividades políticas
Por Misto Brasil – DF
Os promotores da Coreia do Sul indiciaram o presidente afastado Yoon Suk Yeol neste domingo (26) pelo crime de insurreição, em decorrência da imposição de um decreto de lei marcial em 3 de dezembro de 2024.
Insurreição é uma das poucas acusações criminais das quais um presidente sul-coreano não tem imunidade. O crime, que se assemelha a uma tentativa de golpe de Estado, pode ser punido com prisão perpétua e até pena de morte.
As acusações são inéditas para um presidente sul-coreano. A lei marcial imposta por Yoon buscava proibir atividades políticas e parlamentares e controlar a mídia.
Yoon revogou a regra cerca de seis horas depois de sua imposição, quando os parlamentares, confrontando soldados no parlamento, rejeitaram o decreto.
A medida desencadeou uma onda de turbulência política na quarta maior economia da Ásia e um dos principais aliados dos EUA. Tanto Yoon quanto o primeiro-ministro sul-coreano sofreram impeachment e foram suspenso de suas funções. Vários oficiais militares de alto escalão também foram indiciados por seus papéis na suposta insurreição.
Os advogados de Yoon criticaram o indiciamento como a “pior escolha” feita pela promotoria. “A declaração de lei marcial de emergência do presidente foi um apelo desesperado ao público devido a uma crise nacional causada pela oposição que saiu de controle”, disseram em uma declaração.