Panamá recua e rompe entendimentos com a China

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Mapa do Panamá que faz divisa com a Colômbia e Costa Rica/Arquivo/Reprodução
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A decisão vem a público quatro dias depois de Mulino se reunir com o secretário de Estado americano, Marco Rubio

Por Misto Brasil – DF

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta-feira (06) que vai retirar o país da Nova Rota da Seda – programa do governo chinês para financiar obras e investimentos em países da América Latina e de outras partes do mundo para impulsionar o comércio.

A decisão vem a público quatro dias depois de Mulino se reunir com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, que viajou ao país centro-americano como parte da agenda expansionista de Donald Trump na região.

No domingo (02), o presidente panamenho havia manifestado que não renovaria o acordo, o que estava previsto para acontecer em 2026.

A decisão anunciada nesta quinta antecipa em alguns meses e oficializa a saída – segundo a carta de entendimento entre Panamá e China, qualquer uma das partes pode rescindir o acordo, mas só depois de três meses da notificação.

A Nova Rota da Seda foi criada em 2013 por Xi Jinping e tem um orçamento trilionário para construir e reformar estradas, ferrovias, portos, aeroportos, infraestrutura de energia e telecomunicações.

Em 2017, o Panamá foi o primeiro país latino-americano a aderir ao programa, que teve a adesão de mais de 100 países desde seu lançamento. A crescente abertura à China nos últimos anos ajudou a alimentar a desconfiança dos Estados Unidos sobre a influência de Pequim no país.

O anúncio vem após meses de ameaças de Trump de “retomar” o Canal do Panamá – hidrovia que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, uma das rotas de navegação mais importantes para o comércio global.

Ele alega que há um tratamento “injusto” a embarcações americanas e que a China, maior exportador global, passou a controlar a passagem.

O Canal do Panamá é operado por uma agência do governo panamenho, não por chineses, conforme informou a Agência DW.

Os EUA supervisionaram a construção do canal no início do século 20 e o controlaram até o fim de 1999, quando concordaram em passar a gestão para o Panamá.

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