Presidente da Câmara deu duas declarações contraditórias em duas oportunidades. Em uma delas agradou os golpistas
Por genésio Araújo Júnior – DF
As pessoas e as criaturas. Em janeiro de 1886, foi lançado o livrinho O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, o famoso O Médico e o Monstro.
A novela gódica foi vista na época como obra simbólica, mas adiante como um terror psicológico, hoje como uma ficção científica.
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O autor foi Robert Louis Stevenson. Para quem não sabe, a história se trata de um médico, Dr. Jekyll, que fez um experimento para entender as questões humanas mais profundas.
Ele acaba criando uma droga, que faz explodir o lado mais sombrio, a moral insidioso do gênero humano.
Ele cria um monstro, Mr. Hyde. Na sexta-feira (07), o deputado Hugo Motta, presidente da Câmara, diz que os atos dooito de janeiro não foram tentativa de golpe, e que oito anos de inelegibilidade, a lei da ficha limpa, era muito tempo de condenação.
No sábado, primeiro de fevereiro, como se sabe, ele falou 29 vezes de democracia, 15 vezes o nome de Ulysses Guimarães e diz que tinha nojo à ditadura.
Num dia ele encantou democratas, menos de uma semana depois, ele encantou golpistas. Tem lado Motta, que é médico, o vendo como Dr. Jekyll. Tem lado o vendo como Mr. Hyde.
Arrisco dizer que ainda é cedo para saber quem é o médico e quem é o monstro.
A política tem dessas: nuvens que escondem o céu, brumas que atrapalham a navegação.