Rozana Naves disse que apesar da lei já ter completado seus 10 anos, “a gente tem muitos desafios ainda a alcançar”
Por Carolina da Costa Lima – DF
A reitora da Universidade de Brasília (UnB), Rozana Naves, foi convidada do último programa Bastidores da Educação na última quinta-feira (13). Ao lado do professor Carlos Longo da Universidade Católica de Brasília foram discutidas temáticas importantes a respeito da educação pública e privada nas universidades.
Para Rozana, ao receber o estudante na universidade, é necessário haver uma preocupação para a permanência do estudante na graduação, não podendo ser mais um fator de exclusão social.
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“A gente vem num movimento crescente de inclusão, de novos estudantes. A Lei de Cotas tem um papel fundamental nessa inclusão e os resultados têm sido positivos, os estudos têm mostrado que os estudantes conseguem chegar ao mesmo estágio e, portanto, internamente, a gente precisa fazer essa reflexão de como os currículos acolhem esse estudante.” pontuou.
A Universidade de Brasília (UnB) foi pioneira ao incluir o sistema de cotas na graduação.
No ano de 2004, se consolidou como a primeira universidade federal do país a adotar a reserva de vagas para negros. Na época, não havia legislação que obrigasse as instituições de ensino superior a destinar vagas em políticas de ações afirmativas.
De autoria da professora emérita do Departamento de Saúde Coletiva Rita Segato e do professor do Departamento de Antropologia José Jorge de Carvalho, o plano de metas para a integração social, étnica e racial da Universidade de Brasília foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da UnB em junho de 2003.
O documento previa reserva de 20% das vagas do vestibular para negros.
A Lei de Cotas mudou a forma de entrada em cursos de ensino superior de todas as universidades, institutos e centros federais brasileiros.
A Lei passou a garantir que as instituições reservassem no mínimo 50% das vagas ofertadas a cada ano em seus processos seletivos para alunos cotistas.
“É preciso acabar com as resistências. Apesar da lei já ter completado seus 10 anos, a gente tem muitos desafios ainda a alcançar. E, sobretudo, trabalhar para reduzir as diferenças também” concluiu a reitora.