O ataque matou pelo menos 74 pessoas no porto controlado pelo houthis e que recebe 80% de ajuda humanitária
Por Misto Brasil – DF
Pelo menos 74 pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas no bombardeio lançado nesta quinta-feira pelos Estados Unidos contra o porto petrolífero de Ras Issa, no Mar Vermelho.
A informação nesta sexta-feira (18) é do Ministério da Saúde do governo administrado pelos houthis iemenitas, conforme a Agência DW.
A cifra faz deste o ataque mais letal até agora na ofensiva lançada pelo governo do presidente americano, Donald Trump, contra os rebeldes.
O Comando Central dos EUA (Centcom) disse em um comunicado que destruiu o porto de combustíveis de Ras Issa, controlado pelos insurgentes, que são acusados de se beneficiar econômica e militarmente dessas instalações para vender combustível e financiar suas operações.
O porto, juntamente com Al Hudaydah e Salif, recebe cerca de 70% de todas as importações e 80% da ajuda humanitária que entra no Iêmen, de acordo com a ONU, enquanto os EUA e outros países afirmam que ele é usado pelos houthis para importar e exportar petróleo ilegalmente.
“Os lucros dessas vendas ilegais financiam e sustentam diretamente as atividades terroristas dos houthis, apoiados pelo Irã”, disse o Centcom, acrescentando que “as forças dos EUA tomaram medidas para eliminar essa fonte de combustível” para os insurgentes “e privá-los das receitas ilegais que financiaram seus esforços para aterrorizar toda a região por mais de uma década”.
Os houthis, por sua vez, acusaram os EUA de cometer um “crime de guerra” ao bombardear o porto de Ras Issa.
“Esta agressão completamente injustificada representa uma violação flagrante da soberania e independência do Iêmen e um ataque direto a todo o povo iemenita”, disseram os rebeldes em um comunicado.
“O ataque tem como alvo uma instalação civil vital que serve o povo iemenita há décadas, a fim de impedi-lo de receber suprimentos essenciais e puni-lo por sua posição justa e equitativa em apoio ao povo palestino oprimido”, acrescentaram os insurgentes.
Os houthis reiteraram que o ataque a essa infraestrutura é “um crime de guerra em sua essência, visto que o porto é uma instalação civil, não militar, que atende a todos os iemenitas e não é domínio exclusivo de nenhum grupo específico”.
O Irã, que apoia os Houthis, criticou o ataque como “bárbaro”, acusando o bombardeio de ser uma “clara violação dos princípios básicos das Nações Unidas”, de acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Teerã.