A decisão por um novo aumento na taxa básica de juros foi tomada em unanimidade pelos diretores do Banco Central, que já era esperado
Por Misto Brasil – DF
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (07) — conforme esperado pela ampla maioria dos economistas e analistas de mercado — elevar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 14,75% anuais.
A decisão por um novo aumento na taxa básica de juros foi tomada em unanimidade pelos diretores do BC e confirmou o ajuste de menor magnitude antecipado pelo comitê em março, após quatro altas seguidas de 1 ponto percentual.
Segundo o comunicado do Copom, persiste uma assimetria altista no balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação.
Para o Copom, diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião.
“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Repercussão da decisão do Copom
A decisão do Copom encarece o custo de captação par as empresas e faz com que o investidor fique mais seletivo, aponta Luiz Rafael Maluf, sócio e head da área de Mercado de Capitais do CGM Advogados.
“A depender da leitura que se consolide nas próximas reuniões, com a taxa estabilizada nesse novo patamar, vejo 2025 como um ano de possível transição que permita um ambiente de maior previsibilidade e potencial acesso ao mercado de capitais por novas companhias”.
A elevação da taxa e elevará os custos de produção para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais. Fiemg reconhece a importância do controle da inflação para a estabilidade econômica, avalia que o atual cenário pode agravar a desaceleração da economia brasileira.
“A intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e outros países têm reduzido as projeções de crescimento global, provocando efeitos deflacionários sobre o Brasil, especialmente com a queda nos preços das commodities”.