É o que diz um estudo apresentado na CPI da Câmara Legislativa, que aponta que esta ameaça pode chegar a 60% da população
Por Misto Brasil – DF
Pelo menos 60% da população do Distrito Federal pode ser impactada com a poluição do rio Melchior, segundo um estudo da Unidade de Desenvolvimento Urbano, Rural e Meio Ambiente (UDA).
Os dados foram apresentados durante uma audiência pública da CPI do Rio Melchior, que ocorre na Câmara Legislativa. O levantamento conclui a contaminação representa um risco para o sistema hídrico que abastece a capital federal.
“Se os efluentes não forem devidamente tratados, essa água vai, inevitavelmente, parar nos copos das pessoas. O Melchior deságua no Rio Descoberto, que abastece o maior reservatório do DF”, alertou a engenheira agrônoma Moira Paranaguá Nogueira.
Classificado desde 2014 como “categoria 4” pela resolução 357/2005 do Conama, a mais baixa possível, o rio Melchior oficialmente não serve para nenhum uso humano direto. A categorização, que deveria ser exceção, virou regra
“Não é um problema isolado. A água do Melchior chega ao DF e também à região metropolitana, como é o caso de Águas Lindas de Goiás. Estamos falando de saúde pública e de responsabilidade ambiental”, comentou a presidente da comissão de investigação, a deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania).
O biólogo André Felipe da Silva, também da UDA, disse que elevar o rio à categoria 3 traria exigências maiores para os agentes que despejam efluentes na região – entre eles, o Aterro Sanitário de Brasília, uma estação da Caesb e um abatedouro de aves.
A CPI realizará uma visita técnica ao Aterro Sanitário na próxima quinta-feira (22) e será formada uma consultoria técnica para dar melhor embasamento científico e diagnóstico no relatório.