Bombardeio faz mais pressão sobre os preços do petróleo

Exploração de petróleo alto mar Misto Brasília
A atividade petroleira continua bastante atuante no litoral brasileiro/Arquivo
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Analistas afirmam que o cenário mais provável é que o Irã responda atacando interesses americanos no Oriente Médio

Por Misto Brasil – DF

bombardeio americano às instalações nucleares iranianas promete aumentar a pressão sobre os preços do petróleo bruto, que já haviam subido nos dias anteriores devido à ofensiva israelense.

O ataque ordenado na noite de sábado por um imprevisível Donald Trump não só coloca em risco a segurança de toda a região, como também pressiona ainda mais a economia global em meio à guerra tarifária em curso do presidente americano com o resto do mundo, publicou o El País.

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“Acredito que a incerteza cobrirá os mercados, já que os americanos em todo o mundo agora estarão expostos. Isso aumentará a incerteza e a volatilidade, especialmente no petróleo”, disse Mark Spindel, diretor de investimentos da Potomac River Capital, citado pela Reuters.

Analistas temem que essa alta nos preços do petróleo impacte, naturalmente, a inflação e as políticas de juros dos bancos centrais.

O próprio Trump atacou duramente o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ironicamente chamando-o de “Sr. Tarde Demais” por não ter reduzido as taxas de juros no ritmo desejado pelo presidente dos EUA.

Os dois se encontraram no final de maio , após o que o Fed garantiu que continuaria a agir de forma independente, com base nos dados recebidos. O ataque ao Irã, ironicamente, poderia dar a Powell mais poder de barganha contra Trump para evitar o afrouxamento da política monetária dos EUA.

Analistas afirmam que o cenário mais provável é que o Irã responda atacando interesses americanos no Oriente Médio, algo que pode ser inferido das declarações do regime iraniano, que indicaram que reservam “todas as opções” para responder ao bombardeio.

Uma resposta iraniana poderia incluir atacar a infraestrutura petrolífera no Golfo Pérsico em lugares como o Iraque ou bloquear a passagem de navios pelo Estreito de Ormuz.

“Muito depende de como o Irã responder nas próximas horas e dias, mas isso pode nos colocar no caminho para o petróleo a US$ 100 se o Irã responder como ameaçou anteriormente”, disse Saul Kavonic, analista sênior de energia da empresa de pesquisa de ações MST Marquee, em Sydney, à Reuters.

Além do petróleo bruto, outro grande setor afetado é o do gás natural, que já havia disparado — inclusive acima do preço do petróleo — antes do ataque dos EUA, quando o conflito se limitava a um confronto entre Israel e Irã. Isso se deve à ameaça de bloqueio do Estreito de Ormuz, que compromete 20% da produção global de gás natural liquefeito.

Após a invasão da Ucrânia em 2022, a Europa precisa importar gás o ano todo para ter reservas completas para o inverno seguinte. Atualmente, segundo a Bloomberg , a Alemanha está com 46% de sua capacidade, o menor nível neste momento do ano desde antes da invasão.

Apesar do compromisso da Europa com as energias renováveis, o gás natural continua sendo uma parte fundamental da matriz energética por meio de usinas de ciclo combinado, que agora estão mais ativas na Espanha após o apagão de fevereiro.

Este estreito está localizado entre Omã e o Irã e é a principal rota de exportação para a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iraque e Kuwait.

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