O ministro da Fazenda afirmou que tem dialogado com parlamentares da base governista e da oposição e que há espaço para mais de 300 votos
Por Heloísa Cristaldo – DF
Em audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (17) que o novo arcabouço fiscal está sendo construído de forma a “despolarizar” o país. Ele disse que a proposta será aprovada pelos deputados.
Um dos principais articuladores do governo com o Congresso para viabilizar a proposta, o ministro afirmou que tem dialogado com parlamentares da base governista e da oposição.
O Misto Brasília transmitiu ao vivo a audiência
Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Haddad disse que o relator do arcabouço fiscal, Cláudio Cajado (PP-BA) buscou atender ao “centro expandido” da casa legislativa no substitutivo apresentado na noite de segunda-feira (15).
A expectativa agora é que os deputados aprovem requerimento de urgência, para que o texto possa pular a etapa das comissões temáticas e seja apreciada diretamente em plenário na semana que vem.
“Quando você defende uma proposta, você defende a proposta que foi encaminhada. E eu entendo as pessoas que estão criticando o arcabouço ou pelo lado mais conservador ou pelo lado mais progressista. Quem é mais conservador quer arrochar mais, quem é mais progressista está preocupado com o Fundeb, com o servidor público, com o salário mínimo. Você vai dizer que é injusto?”
“Quando você tem uma Casa com 513 parlamentares com visões diferentes, o relator fez um trabalho para tentar buscar aquele centro expandido, vamos dizer assim, para obter o resultado pretendido, não apenas os 257 votos para aprovar uma lei complementar, mas um espaço maior de 300, 350 votos, para sinalizar ao país que este centro está sendo reforçado, que estamos despolarizando o país para o bem do próprio país”, disse. “Estamos buscando equilibrar as contas públicas com justiça social”, acrescentou.
Para acelerar a tramitação da proposta, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), marcou a votação do regime de urgência para hoje. A análise do mérito está prevista para próxima quarta (24).
O texto foi apresentado ontem (16), pelo relator, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), em entrevista à imprensa. A proposta do parlamentar incluiu gatilhos para obrigar o corte e a contenção de gastos no caso de descumprimento da meta fiscal.